sábado, 7 de fevereiro de 2009

Coesão Social e Coesão Territorial


A crise é, se para tal nos chegar o engenho e o talento, uma oportunidade para introduzir equilíbrios no mundo globalizado e perspectivado em termos macro, em que nos habituámos a viver - e sobre o qual construimos representações que a realidade denota agora, na prática, não serem senão quimeras de pés de barro, assentes em virtualidades financeiras que se esgotam no deslumbramento de si mesmas até já não corresponderem à realidade que as sustentou e lhes deu origem... este afastamento, como o da cultura relativamente à natureza, conduziu-nos à absoluta falta de controle da gestão das nossas sociedades, dada a dependência criada pela adesão às interdependências que radicam em bens essenciais, por exemplo, a energia, a água e os bens alimentares... hoje, sem que se pretenda um distanciamento da rede de cooperação, interajuda, solidariedade e complementaridade que viemos construindo, constatamos que não deveriamos ter minimizado os princípios da autonomia e da autocracia... não só política mas, económica... por isso, se a persistência no desenvolvimento das energias alternativas é essencial, o retomar do "eco-sistema" económico, decorrente da existência de sectores basilares (primário, secundário e terciário), equitativamente sólidos e articulados em termos de sustentabilidade, é fundamental para a recuperação das economias nacionais que devem inflectir parte significativa do seu investimento na rentabilidade das infra-estruturas, a nível local e regional. Alqueva é um bem que não podemos deitar a perder... porque a água é o petróleo do futuro... e porque da água emergem condições para a autonomia e a sustentabilidade económica de uma região, ao mesmo tempo que se garante a potencialidade nacional de uma reserva hídrica essencial... é um facto! As assimetrias regionais a par da macro-economia asfixiam a vida das populações!... é preciso rentabilizar os investimentos numa perspectiva que integre, de igual modo, o interesse nacional e o interesse local! O Alentejo esperou e lutou, durante muitas décadas por essas infra-estruturas!... Agora, tem que as poder e saber utilizar e desenvolver...

Sem comentários:

Enviar um comentário