terça-feira, 30 de junho de 2009

O meu país ao espelho... em vésperas de eleições!

O meu país olhou-se ao espelho... e viu a imagem mal composta de partes de si, dispersas, pelo chão e pelos ares... viu os sonhos e as memórias de um tempo melhor que acreditou inteiro, afastando-se para sempre do pesadelo de que saiu em Abril, vai já para mais de 35 anos... e viu a realidade aproximar-se, cada vez mais velozmente, de uma outra paisagem, despida de gente, árvores e alento... o meu país, ao espelho, sonha consigo... devagarinho, em voz baixa, ao som de uma esperança que se reinventa a si própria para não soçobrar... o meu país, ao espelho, chora... pela crença convicta de ter ganho a luta do medo e pela consciência de que os medos renascem a cada passo na capacidade camaleónica que a desesperança confere aos seres colocados perante um dilema que mal conhecem, sobre o qual preferem não se pronunciar... do meu país, esse país que se orgulhava da sua imagem ao espelho, resta apenas a consciência de ser reflexo - a sombra de um desejo que no mundo encontrou, no intervalo da vida, o único reino da existência que o passado semeou e que o presente ainda não emancipou... o meu país, ao espelho, é uma imagem de si, uma imagem que evita fugir do que de si fizeram, com e sem o seu acordo - ou, até mesmo, contra ele... ao meu país resta, portanto, olhar de frente o espelho... e perceber, no que se esconde, a verdade do que há a revelar e, no que se mostra, o que há a corrigir... o meu país tem mãos e voz e pensamento... não pode, por isso, resumir-se aos figurantes que alegam ser seus representantes e dele nada dizem senão o mal que nos outros reconhecem, apenas e só na exacta medida da sua mesquinha ambição de poder... o meu país, adormecido, olha-se ao espelho, estremunhado... um dia, o meu país acorda e já não quer olhar-se ao espelho no caleidoscópio das palavras gratuitas de uns e outros... um dia, o meu país acorda decidido a viver e, nesse dia, rasgará (ele sim, rasgará) as ilusões com que lhe vendem os sonhos e lhe escravizam a alma... nesse dia, o meu país, acordado, não vai dar atenção às razões que justificam o mau-estar e vai, isso sim, querer acabar com o mau-estar... é por isso que é preciso combater a fome, o desemprego e a hipocrisia... é por isso que é importante dar razão de ser à esperança, no meu país... porque o meu país, ao acordar zangado, pode enganar-se na forma como se levanta contra o que o castiga e acabar por dar "um tiro no pé"...

domingo, 28 de junho de 2009

Da Tibieza Democrática à Construção Social da Esperança

Compreender o mundo contemporâneo e perceber o estado diverso da humanidade no contexto de uma imagem que a globalização insiste em nos transmitir homogénea é, provavelmente, o maior desafio que se nos coloca, agora que uma crise internacional atingiu o âmago do que, nas últimas décadas, nos foi dado como imperturbável e consistente, justificando até a conversão das economias planificadas que, durante cerca de 60 anos, se auto-sustentaram... de facto, a construção social da esperança com que vamos alimentando os dias, torna as sociedades ávidas de mudança e, na ânsia de mudar assente numa pré-existente expectativa fundada no desejo de melhorar, as culturas ensaiam, através dos agentes políticos que desempenham um papel reflexo da sua determinação, modos de organização que, do fascínio pela homogeneidade de um mundo tecnologicamente perfeito e consumista, se encontra agora num processo de viragem de que são sinais reveladores o enraizamento nas identidades e a resistência aos padrões considerados até há pouco, consistentes... A emergência da mudança contemporânea arrasta consigo, no plano interno das nacionalidades, conversões políticas de carácter simplista que se reduzem, muitas - senão, demasiadas- vezes, à simples inversão da escolha de representação partidária em termos de legitimidade governativa... o facto denota, em última análise, uma certa tibieza e imaturidade das democracias, demasiado expostas a factores comercializados para efeitos de manipulação eleitoral... A construção social da esperança é, por isso, urgente e requer conhecimento, desassombramento, coragem e realismo... O mundo em que vivemos arrisca-se a colapsar se não atendermos à diversidade socio-cultural internacional... como, de certo modo, colapsou -ainda que conjunturalmente na história do longo prazo- no que à arquitectura financeira diz respeito. A economia internacional tem que ser reformulada radicalmente e só os contributos políticos em que, à nossa pequena -mas indispensável!- escala podemos concretizar os passos para essa mudança, podem concorrer para a alteração da correlação de forças entre o conservadorismo medroso e fanático que se oculta sob a capa do dinheiro fácil e da insistência na ideia de um mercado auto-suficiente e uma consciência cívica, humana, transparente e humilde sobre a fragilidade da nossa precária condição humana. A título de exemplo e antes de nos centrarmos na análise da política nacional, veja-se a complexidade social e política da Itália, do Irão ou da Guiné-Bissau - para já não falarmos no Tibete, na Índia, na China, na Palestina, na Colômbia, na Roménia e por aí adiante... realidades paradigmáticas e paradoxais que merecem o nosso mais atento e distanciado olhar... e é do fundo deste olhar que aqui partilho os excelentes contributos de JMCorreia Pinto no Politeia a propósito do Irão e da Itália, bem como os do Nuno Ramos de Almeida no 5 Dias também sobre o Irão e a Guiné-Bissau.

sábado, 27 de junho de 2009

Leituras cruzadas...

Após a publicação do designado Manifesto dos 28, surgiu hoje, numa alargada reacção aos postulados economicistas desse texto já aqui comentado, o Manifesto dos 51 que muitos bloggers estão neste momento a divulgar (Paulo Querido no Certamente para cujo post aqui acabo de fazer link, Miguel Abrantes no Câmara Corporativa, Osvaldo Castro no Praça Stephens, João Pinto e Castro no bl-g-x-st, Carlos Santos no Valor das Ideias, de JRV no Activismo de Sofá e muitos outros)... o debate político está a aquecer e a economia começa a dominar as reflexões... esperemos que se não esgote rapidamente, dando lugar, como aconteceu com a campanha das Eleições Europeias, às acusações gratuitas e mútuas, à agressividade semi-divertida qual jogo infantil de mau-gosto e nenhuma utilidade... neste contexto, de aparente revitalização do diálogo político-social e económico, vale também a pena ler os post's de Paulo Ferreira no Câmara dos Comuns, de Tomás Vasques no Hoje há Conquilhas, de Filipe Tourais no País do Burro e de JM Correia Pinto no Politeia...

Não Desistir...



... Não Desistir!... Por um Mundo Melhor para Todos... Persistir!

A Construção Social da Esperança - 1





... a "talhe de foice" e com o pretexto inicial do Irão, esboço os traços iniciais de uma interacção sobre o pensar a Esperança, que, aqui mesmo, no A Nossa Candeia, uma reflexão de Francisco Oneto despertou... em jeito de brainstorming, em busca de um bote quase improvável no meio do oceano, caminhando sempre ao encontro do indispensável esforço de repensar o mundo... começo com uma memória: há cerca de 12/13 anos, numa aula de "Interacção Cultural em Sociedades Complexas" leccionada ao 5º ano da Licenciatura em Serviço Social, no contexto do estudo comparado de práticas e valores, os meus alunos de então e eu própria, assistimos a um documentário sobre "A Condição Feminina no Paquistão"... não vou, naturalmente, descrever as 3 horas de análise e reflexão a que procedemos mas, considero importante saber-se que, com mais facilidade do que seria suposto, jovens de ambos os sexos, aturdidos pela crueldade e a legitimidade da desigualdade de tratamento entre homens e mulheres à luz do pensamento político e religioso que uma parte significativa do mundo reconhece como válida, enunciaram um conjunto de observações assentes na comparação entre valores e práticas em contextos civilizacionais diferentes... assisti aí a uma espécie de "construção social da esperança" ao constatar que era inequívoco para todos que a igualdade, como a liberdade, é um processo aberto, em construção, em que -todos!- temos ainda, dos espaços envolventes da antiga Pérsia às planícies norte-americanas ou aos territórios europeus, muito a fazer... porque a complexidade subjacente aos fenómenos do relacionamento inter-pessoal e social e aos seus reflexos políticos é muito mais do que a simples constatação das aparências... porque a construção social da esperança tem muitas vezes os custos da própria vida... mas, existe... entre a lapidação e a manifestação, há, como as 2 fotografias aqui reproduzidas denotam, uma mudança digna de registo - apesar do resultado ser o mesmo: a morte de uma mulher!... A complexidade da realidade contemporânea de que a actual situação socio-política do Irão é expressão, evidencia a pertinência da problemática: entre Ahmedinejad, o ditador que negou o Holocausto e ameaçou o mundo com a proliferação do nuclear e Mussavi, ex-Primeiro-Ministro do sangrento regime de Khomeini, a população iraniana vive duplamente refém de uma tradição que domina os vastos territórios rurais do seu país e a vontade da mudança que as suas cidades reflectem... entre a pobreza e o medo que fica agora a descoberto (enquanto Obama e Medvedev conseguirem resistir à tentação de se pronunciar ou de intervir - atitude que merece o maior aplauso de todos nós por permitir aos iranianos o confronto com os seus próprios terrores sem a transferência causal da culpa dirigida aos bodes expiatórios do Ocidente), olho, atenta, para o Irão... onde se persiste numa luta pela construção social da esperança, sem a qual a mudança será, talvez, mais do que improvável...

Michael Jackson e a realidade improvável...



Michael Jackson foi, independentemente da adesão afectivo-musical que cada um possa ter relativamente aos géneros musicais que protagonizou, um criativo... um "performer"... um "animal de palco"... um marco!... um marco que, coincidentemente, desaparece quando a sociedade do aparentemente "tudo é possível" entrou numa das suas maiores crises identitárias... como Michael Jackson?... talvez... Michael Jackson, uma vítima do racismo?... talvez!... da vontade de vencer?... por certo... da obstinação em provar que toda a mudança é possível e que tudo é igual entre si, apesar de todas as diferenças?... provavelmente...



... o andar, dançando, sobre o mundo, estranho, improvável... Moonwalk... o passo de dança que mal pisava o chão, simboliza para o futuro a arte de Michael Jackson e uma representação do mundo que se nos depara agora, já, como mais uma ficção cujas potencialidades explorámos ao ponto de quase a confundirmos com a realidade... até ao limite das experiências com o ser-se humano... até a incontornável morte obrigar à derradeira descida à terra.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Veto Governamental - ou da Honra e da Vergonha na sociedade portuguesa...

O veto do Governo de José Sócrates à compra da TVI pela Portugal Telecom foi um acto de lisura... independentemente das reacções que determinam a obstinada e cega atribuição de uma culpabilização factual ou fictícia que a sabedoria popular reconhece pela expressão "preso por ter cão e preso por não ter", a atitude do Governo denota a capacidade de enfrentar uma oposição especulativa e provocadora... quando acabou de ser divulgado o aumento do número de casos de "crimes de honra" na Europa e num tempo em que a "geração Berlusconi" se defronta com o preço do seu auto-deslumbramento perante um mercado em que valores e ideias se trocam por marketing e publicidade, promovendo padrões de uma espécie de "tráfico" da imagem, alienante, anti-democrática, corrosiva e capaz de fazer "render" as intenções renovadoras aos paradigmas de uma tradição em que corrupção e concepções de seres humanos como "objectos sexuais" se reeditam como paradigmas de uma universalidade provinciana de mau-gosto, é, indiscutivelmente, significativo.

Medina Carreira como ponto de partida...

Desculpem... não, não se trata de discutir os pressupostos ou a estratégia de indução político-partidária da argumentação de Medina Carreira... trata-se de todos mas, mesmo todos, termos a coragem de encarar a argumentação que nos apresenta - como o acabou de fazer, hoje, dia 26 de Junho, no Jornal da Noite da SicNotícias - como um ponto de partida válido para pensar a Economia em Portugal... porque a "fuga à realidade" não é, seguramente!, o caminho útil ou sequer, minimamente recomendável, para o país e para a vida dos cidadãos... aliás, "ser de esquerda", hoje, é, antes de mais, encarar, debater e pensar a realidade... para criar soluções indispensáveis à acção... de facto, sem sombra de dúvidas, sem aparelho produtivo todos os caminhos são atalhos para um beco de que, há muito, pretendemos "fugir"... e uma esquerda séria e responsável não foge... enfrenta e luta, com a coragem de não se "refugiar" na demagogia. Ocorre-me o título, feliz, de Sartre: "Os dados estão lançados"!... trata-se agora de conhecer, dominar e vencer o jogo... que, assuma-se!, não é "a feijões"... é, isso sim, um jogo em que se decide, de facto, a sobrevivência!... da sociedade e da democracia!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Iguais a si próprios...



É verdade... tentei evitar colocar este vídeo dos "Contemporâneos" de modo a não reduzir a política partidária nacional ao, apesar de tudo, sempre saudável, humor!... porém, depois da entrevista de MFL à SIC, não é fácil evitar a tentação e, sorrindo com gosto, cedo!... De facto, é extremamente curioso assistir e analisar as potencialidades da "indústria da imagem" por um lado, e, por outro, a leitura subliminar do que lhe está subjacente. Manuela Ferreira Leite surgiu sem efeitos dissimuladores excessivos em termos de maquilhagem, contente consigo própria (com razão, designadamente pelas baixas expectativas que a sua liderança trouxe ao maior partido da oposição até às recentes eleições europeias), assertiva e sistémica na verbalidade... como se não via há muito, diria - talvez desde que terminou o seu mandato como Ministra das Finanças!... Contudo... alegria de Pirro!, tudo devido ao efeito do deslumbramento provocado pelo resultado das Europeias, eleições cuja natureza se reduziu à emissão de um sinal sobre os caminhos da governação ou, talvez mais objectivamente, um sinal sobre o descalabro social das condições de vida das famílias e a re-emergência da pobreza... Manuela Ferreira Leite nada disse de novo. Sistematizou o que tem vindo a dizer, em frases soltas e intervenções pontuais, só que, desta vez, com maior contundência e fluência, influenciada pelo regozijo provocado pela imagem de revitalização que o resultado de 7 de Junho induziu na actual direcção das hostes sociais-democratas... punho esquerdo fechado sobre a mesa, num inequívoco gesto de agressividade contida em termos de manifestação expressiva, Manuela Ferreira Leite alegou que: a) não é preciso autorização para abrir "uma sapataria ou um café" (argumento assaz bizarro para uma economista que, pelos vistos, tão arredada tem andado desde sempre da realidade, que nunca ouviu falar em licenças ou alvarás?!!?); b) designou a derrocada internacional do sistema financeiro e os seus reflexos nas economias nacionais (referindo-se, designadamente, à economia portuguesa) como um "abalozinho de terra"; c) afirmou alto e bom som que, a ser PM, não aumentaria impostos nem reduziria os custos da política de acção social (sem explicar como é que aumenta as receitas nacionais com estes dois "a priori"); d) insistiu em falar no apoio às PME's sem que diga com que critérios (pois, como diz o próprio ex-Ministro Mira Amaral, "nunca haverá dinheiro suficiente para apoiar todas as PME's") e deixando sem resposta a apresentação de uma programa económico sustentável para o país; e) nem sequer tem a coragem de abordar um problema que, desde que se tornou "moda" condenar os investimentos públicos se tornou "inexistente", a saber, como justificar o não recurso ao significativo volume dos fundos comunitários exclusivamente aplicáveis a investimentos específicos, como é, por exemplo, o caso do TGV... Em jeito de balanço, é caso para se reflectir sobre se a oposição e a crítica a determinada praxis política, legitima, por si só, o seu oposto... Penso que não... de facto, penso que não!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A montanha pariu um rato!!!

Surpreende-me a facilidade com que se assumem banalidades como se de ocorrências extraordinárias se tratasse... surpreende-me mais ainda que a Ciência, nomeadamente as Ciências Sociais em que se deve incluir a Economia ou, pelo menos, a análise técnica e responsável elaborada por especialistas ("experts" como soe dizer-se num país onde se confunde cultura com conhecimento de um idioma, à data, dominante ao nível das relações internacionais), se não incomode de ser divulgada mediaticamente sem o respeito pela sua própria natureza e pela sua significação... vem esta breve reflexão a propósito do designado "Manifesto dos 28 Economistas"... porque, afinal, se não erro no documento em questão!, trata-se apenas!!!, de uma espécie de relatório ou seja, de sistematização de dados conhecidos que podem ser úteis se pensarmos em recorrer a um documento-diagnóstico do país mas que, objectivamente, pouco acrescenta ao que temos vindo a reconhecer, sucessiva e parcialmente, em diversas áreas do investimento público, ao longo das últimas décadas... porém, se, por um lado, como costuma dizer-se "a montanha pariu um rato", por outro lado, é preocupante que não sejam enunciados caminhos alternativos, opções viáveis e devidamente demonstradas para a Economia portuguesa e para o futuro do país... continuamos num país onde "fazer ciência" é "coisa" de inventores e outros amigos de "minhoquices" ou, simplesmente mas, pior um pouco, reféns dessa concepção medieval do conhecimento que se esgotava no célebre "Magister dixit"... no século XXI... é obra!... e uma evidência sobre as razões para um não reforço da esperança de que o país precisa.

Prémio Biscoito Infinito...




O Prémio Biscoito Infinito serve-se com chá e um infinito número de ideias, raciocínios e juízos, capazes de devolver ou reforçar a esperança... e foi atribuído ao A Nossa Candeia pelo O País do Burro... Obrigado, Filipe! Inscrito na Academia do Prémio Lemniscata o Prémio vai agora para as seguintes nomeações:

domingo, 21 de junho de 2009

"Não podemos ignorar..."


Eram 6 jovens e discutiam questões relativas à educação a propósito de temas lançados por Ana Zanatti, moderadora do programa "7 Palmos de Testa" que a RTP 2 transmite ao domingo à noite... já fizera "zapping" sobre o programa num dos últimos domingos mas, hoje, ouvi uma pergunta que me fez parar: a pergunta referia-se ao que consideravam necessário para que um Professor seja reconhecido como Um Bom Professor... para além das comuns referências à disciplina, às regras e à exigência, foi gratificante ouvir aquilo que penso desde sempre e que nada, ao longo destes anos de reformas e contestações, anulou... pelo contrário. O comentário de 2 destes jovens foi eloquente e inequívoco: o mais importante é os Professores gostarem do que estão a fazer, ou seja, ensinar!... um destes jovens afirmou aliás, repetidamente!, que se não tratava apenas de gostar mas, mais do que isso, de estar apaixonado pelo que se ensina, de amar os livros, o saber e a sua transmissão... o outro, quis elucidar o que pretendiam dizer com um exemplo e contou que, quando leu "Os Maias" de Eça de Queiróz no âmbito do antigo programa de 12º ano, a turma foi conduzida aos trajectos dos passeios de João da Ega, em Sintra e aí, sob o entusiasmo de uma professora que conseguia cativar o interesse dos alunos pelos personagens, o tempo histórico e a narrativa, todos compreenderam o alcance da obra em causa e aprenderam...uma das jovens quis reiterar o efeito do modo de ser e de estar dos professores e retorquiu que , também ela fizera uma visita de estudo a Sintra mas, ao contrário do que o colega contara, de nada valera porque o Professor falava de um tal modo, com um nível linguístico não dominado pelos alunos, que da dita viagem disseram os jovens ter sido um acontecimento inútil para o efeito, transformando-se numa coisa aborrecida... Foi então que me veio à memória uma história ocorrida comigo, quando dei aulas de Filosofia ao Ensino Secundário, muito antes de ter prosseguido com a minha formação académica pós-licenciatura que me conduziu a pós-graduações, Mestrados e Doutoramento... penso que a história data do ano lectivo 1989/1990, com uma turma 10º ano com quem estava a trabalhar sobre "Pensamento mítico", " mitos" e "ritos", matéria que eu adorava leccionar por me permitir ver os alunos confrontados com um tema sobre o qual nada tinham, antes desse momento, pensado. Para além de algumas sessões de apresentação de leituras comentadas com interpretação de lendas da mitologia grega, em que os alunos projectavam os problemas socio-culturais contemporâneos (lembro-me de 2 jovens, ambos filhos de militares, que escolheram o Mito de Atalanta cuja interpretação deu origem a uma extraordinária sessão sobre a igualdade de direitos e de género)... mas, mais interessante, foi saber e constatar, num domingo de manhã, após ter ouvido tocar a campainha, que um grupo de 8 alunos tratara de arranjar as bicicletas para, nada mais, nada menos, ir visitar o património arqueológico do concelho de Évora (nomeadamente, antas e cromeleques) para melhor perceberem como é que uma pessoa podia pensar naqueles termos... Na semana seguinte, os jovens aprendizes de filósofos, explicaram aos colegas, a relação entre sociedade, religião e economia... talvez por isso, sempre que se evoca a educação, pouco há a relevar... porque hoje, os alunos são conduzidos a escolher os cursos em função do mercado de emprego enquanto, por outro lado, os professores optam pelo exercício docente, para prevenir o desemprego que continua a crescer, à vista desarmada, por todo o lado. Portanto, como daqui se pode deduzir, a reforma das políticas governativas para a Educação continua a não se esgotar na tecnologia ou, sequer, na avaliação dos professores, nas suas carreiras e vencimentos... como dizia a canção: "Não podemos ignorar..."...

Prenúncio...



Hoje, 21 de Junho, data de solstício, "Summertime" na versão Keith Jarrett (Tokio, 1987)... expressão de um prenúncio de acalmia quando o trabalho soçobra o tempo e os afazeres de toda a ordem nos alheiam, contra-vontade, de tudo o que temos vontade de dizer... volto mais logo.

sábado, 20 de junho de 2009

Prémios Lemniscata...


A Nossa Candeia foi agraciada com a atribuição do Prémio Lemniscata pelo blogue O Valor das Ideias, de Carlos Santos, que tinha sido, pouco antes, ele próprio, justamente agraciado pelo blogue Vento Sueste com a atribuição deste Prémio, cuja caracterização pode ser lida aqui. Partilhar esta distinção com os Leitores, Seguidores, Comentadores é agora o que se pretende assinalar com este post que visa, acima de tudo, agradecer a todos a generosidade, o enriquecimento e a atenção com que têm vindo a concorrer para fundamentar esta nomeação distintiva. No cumprimento das regras deste concurso, cabe-me agora, destacar 7 blogues para o título anunciado... assim, A Nossa Candeia, sem prejuízo de outros blogues por que tem especial apreço, nomeia para o Prémio Lemniscata, os seguintes blogues:
Um grande abraço a todos e... votos de que continuemos, sempre, mais e mais, a escrever e publicar Post's Felizes como uma inequívoca e incansável "achega" ao pensar dos dias e ao construir do tempo!

Leituras cruzadas...

Um olhar subtil encontra, em pequenos pormenores, sinais indicativos de mudanças e continuidades que, no contexto internacional e nacional ou, se preferirem, global e local, despertam a reflexão sobre o significado e as resistências de alteração dos paradigmas com que os tempos que correm, se defrontam (Tomás Vasques em Amanhã há Conquilhas). Entre o desconhecimento real dos procedimentos legítimos inerentes à vivência institucional que procura a manutenção da estabilidade da arquitectura social, de que tem vindo a ser exemplo a contestação à actividade fiscalizadora do Banco de Portugal (Carlos Santos em O Valor das Ideias) e o provincianismo que ignora a motivação de apoios políticos que revelam mais sobre a pobre e inquinada defesa, por exemplo da escolha de Durão Barroso para a Presidência da Comissão Europeia (Carlos Santos em O Valor das Ideias) que cauciona a prática de uma lógica liberal para o desenvolvimento europeu, à revelia do que seria suposto ter sido compreendido a partir da crise (João Pinto e Castro no Blogoexisto), o país vai continuando a ficar refém das suas mais estruturalmente gravosas realidades, hipotecando o futuro às mãos de uma especulação mediática e demagógica, seja no campo dos investimentos económico-financeiros (Filipe Tourais no País do Burro e Paulo Ferreira na Câmara dos Comuns), seja ao nível da qualidade da culturapartidária e da deontologia, no reino da "política, pura e dura" (JMCorreia Pinto no Politeia)... entretanto, na expectativa de não agravar o que de ameaçador se encontra já publicitado (ainda que não explicado e, menos ainda, compreendido), as percepções internas sobre o desempenho iraniano no último acto podem conferir-nos um outro olhar sobre uma realidade (Pedro Ferreira no Cinco Dias) que, entre Europa, Ásia e África, se desenha como vastissima "zona tampão" em que as negociações da paz e da coexistência se encontram no limite dum "braço-de-ferro" que persiste em se manter, como moeda de troca das relações internacionais que, à primeira vista e de há muitas décadas a esta parte, tem na postura norte-americana (João Galamba no Jugular), um interlocutor consciente e sério.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Mensagem Urgente!



Aos Amigos, Seguidores, Leitores, Comentadores, com Admiração, Estima e Consideração, o meu agradecimento por todas as interacções gratificantes... Bem-Hajam! Um grande abraço (desordenado na enumeração) ao Francisco Oneto, ao Sokinus, ao Carlos Santos, ao Valupi, ao João Abel de Freitas, ao Miguel Abrantes, ao Luís Novaes Tito, à Jeune Dame de Jazz, ao José Manuel Dias, ao João Tunes, ao JMCorreia Pinto, ao José do Carmo Francisco, à Albertina Silva, ao Pedro Correia, ao Filipe Tourais, ao João Galamba, ao Paulo Querido... e a todos os que agora posso, eventualmente, estar a omitir mas, que acrescentarei ao longo do fim-de-semana.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O mundo ao contrário?!...




A Humanidade não pode esperar! - eis o grito de guerra/grito de paz que deveria nortear as reivindicações de todos os cidadãos do mundo para ser definido como eixo central das relações internacionais e da política externa... porque é urgente encontrar soluções para um mundo cujas notícias mais lembram a efabulação de um "mundo ao contrário" de todos os valores e práticas que, nos palcos da mediatização, se assumem como desejáveis para as sociedades contemporâneas... da guerra sem fim à vista no Afeganistão à violência continuada sobre o Tibete; da guerrilha sem tréguas no Paquistão à violência primária na Guiné onde a paz é já só uma sombra ténue no ritmo dos dias marcado pelo narcotráfico; do reforço ostensivo do armamento nuclear na Coreia do Norte aos tumultos provocados pelo resultado eleitoral no Irão ou, dos recentes discursos que insistem em, de uma ou de outra forma, não ultrapassar os impasses entre Israel e a Palestina, os caminhos que conduzem ao futuro encontram no presente as referências contra as quais se deverão construir...

Do Sentir...



De um ao outro lado, dois continentes, um sentir... no corpo, na voz e na alma de um flamenco que interiorizou a palavra, a dança, o poema e a música numa forma de dizer o sangue e a intensidade do sentir humano perante as grandes paisagens tórridas de um espaço onde a vida se afirma preciosa na sua insignificância... de dia, perante a natureza... de noite, perante o universo... é assim que Chavela Vargas, a Diva, canta "Piensa en mi" e, é também assim, que Maria Antonieta Ochoa e Jose Manners dançam "Canción de Amor" de Paco de Lucia.

domingo, 14 de junho de 2009

Mergulho entre a Arte e a Literatura - ou Dos Naufrágios Redentores da Identidade


Como as cerejas... as conversas, as imagens e as ideias surgem, encadeadas com o sentido de quem as associa, domínio mágico de significados e intenções onde se guardam as faces profundas da autenticidade desusada... a propósito da Trilogia "Trois Couleurs" de K. Kielowski, recordei o extrordinário livro de Rabidranath Tagore "O Naufrágio"... Tagore, o poeta, o escritor e o homem que amou as praias de Karwar, no sul da Índia, que percorri consternada por aí se encontrar hoje uma instalação nuclear de grande dimensão... e na senda desta epistemologia interior que percorre os múltiplos itinerários e cenários da realidade, encontrei-me devolvida a um livro fabuloso sobre a construção da identidade dos povos, a partir de uma história, chamada "Vida e Morte dos Santiagos" que Mário Ventura escreveu um dia e que hoje foi referido no Aspirina B, relembrando-me que eu própria o evocara já aqui, no passado mês de Dezembro...

Do Direito Peticionário aos Paraísos Fiscais...


Instrumento de acesso ao poder legislativo no que respeita à expressão cívica, o Direito Peticionário é hoje utilizado como se de referendos informais, espontaneamente emergentes na sociedade civil, se tratasse... Dada a natureza não vinculativa das Petições, este instrumento da democracia participativa, tornou-se, nos últimos anos, recurso de cidadãos e organizações com o objectivo de conferir visibilidade pública às temáticas que se configuram como seu objecto, através da apresentação de um documento assinado colectivamente, o qual pode vir a ter rosto político - no caso do número de signatários ser elegível para uma sua eventual "subida" a Plenário, na Assembleia da República. Contudo, o débil reconhecimento da importância das Petições mesmo a nível político na própria AR, faz com que as Petições sejam apresentadas "a correr", no contexto de pequenas intervenções partidárias que, no Plenário da AR, talvez por não ser habitual mas, também, seguramente, por se tratar de um instrumento não reconhecido politicamente como prioritário, apresentam resultados dissonantes relativamente ao interesse que os subscritores lhe reconhecem. Contudo, ainda assim, não devemos demitir-nos de a ele recorrer... por isso, quem quiser assinar a Petição contra os Paraísos Fiscais, pode fazê-lo aqui.

Retrospectivas...

Depois do Final de "Bleu", faz sentido uma breve incursão retrospectiva pela Trilogia "Trois Couleurs" de Krzysztof Kielowski:


(in "Blue")



(in "Blanc")



(in "Red")...

Leituras cruzadas (3)...

Afinal, esta semana, sugiro ainda mais 4 leituras... cruzadas, claro está!... porque, a partir de um cruzamento temos sempre melhor percepção da circulação e da paisagem... neste caso, porque, através destas leituras, podemos aceder, com relativa facilidade a um olhar sobre o mundo em que hoje caminhamos, no que à dimensão da invisibilidade estrutural diz respeito... de facto, composta que é a realidade pela conjugação permanente do dito e do não-dito ou, se se preferir, do visível e do oculto, é urgente não esquecer e, preferencialmente, reconhecer, a dimensão central das dinâmicas internacionais que transcendem o conhecimento comum da opinião pública, no percorrer de uma inexorável marcha contínua no sentido da concretização de objectivos corporativos que, nas teias e atalhos do cruzar tranquilo dos negócios, dos rituais e da sociabilidade, encontramos preparada para continuar a influenciar o mundo em todos os lugares onde a vulnerabilidade espreita e o poder fica acessível. É o caso do Afeganistão onde se jogam os medos e os horrores do mundo, num país onde a pobreza e os estragos do narcotráfico criaram condições para a coexistência de um governo comprometido com tudo o que nesse país ocorre e o refúgio dos fundamentalistas armados talibãs (leia-se o texto de JMCorreia Pinto no Politeia)... ou a razão de ser de organizações internacionais que assumem a relação entre a religião e a política, à revelia da distinção das duas esferas de acção que caracterizam os estados democráticos -onde os valores e as práticas relativos à igualdade não podem ficar reféns de dogmas religiosos sob pena de sentirmos que nos escapa o domínio das dinâmicas socio-políticas supostamente transparentes (ver o texto de JRV no Activismo de Sofá)... implica tudo isto que, num país como o nosso, se oscile entre o perturbado e o provinciano (vale a pena ler o texto de Valupi no Aspirina B), dilema que é urgente resolver, investindo na responsabilidade cívica e política de um itinerário vocacionado para a construção de uma sociedade mais livre e mais justa... uma vez que ainda estamos num tempo e num espaço de reforço de competências muito incipientes (veja-se o texto de José Manuel Dias no Cogir) para que se concretize, em Portugal, um grau de sustentabilidade económico-financeira capaz de nos permitir o usufruto da sempre ansiada e expectável liberdade com que se faz a Paz e se consolida a autenticidade da Democracia.

Blue...



Em 1993, Krzysztof Kielowski realizou "Trois Couleurs - Blue, Rouge, Blanc"... aqui fica o Final de "Blue" cujo tema musical se intitula, se bem se lembram, "Song for the Unification of Europe"...

sábado, 13 de junho de 2009

Acasos simbólicos - o caso do inesperado mapa político português pós-europeias...



O mapa político resultante das eleições europeias apresenta-se amarelo com um sorriso vermelho e duas orelhas côr-de-rosa... vejam e confirmem, sff. Muito interessante esta expressão plástica relativamente ao que significa; de facto, da testa ao queixo, o rosto amarelo é um sinal de alerta que, apesar da baixa expressão numérica por efeito da alta, coloca no horizonte do descontentamento plausível uma eventual vitória do PSD nas próximas eleições (ao contrário do que diz F.Loução na entrevista ao I, entrevista em que, aliás, incorre num erro de raciocínio flagrante ao considerar, paralela e disfuncionalmente que o resultado do BE coloca esta força partidária como a 3ª nacional enquanto a vitória do PSD lhe merece a interpretação da impossibilidade deste partido ganhar as legislativas!?); o sorriso vermelho devolve ao Alentejo a expressão da confiança na CDU cuja actuação política a região bem conhece de há mais de 30 anos a esta parte e a quem, mesmo assim e após ter feito a experiência rosa, entrega os créditos de confiança (afinal, parece dizer a realidade!, a gestão comunista não foi tão negativa como quiseram fazer parecer) e anuncia que, mesmo podendo votar PS nas Legislativas, nas Autárquicas é bem possível que volte a vencer a CDU; finalmente, as orelhas côr-de-rosa que assinalam os distritos de Lisboa e Portalegre, chamam a atenção do PS para o facto de ser necessário e, mais que isso, urgente, ouvir as pessoas e escutar os cidadãos sobre o caminho que todos desejamos ver trilhado pelo nosso país.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

"Presunção e Água Benta...



... cada um toma a que quer!" - vox populi dixit... lema de aplicação diversa, de natureza plástica, ocorreu-me hoje a propósito da entrevista de Francisco Louçã ao Jornal I (a ler aqui)... uma leitura rápida do que Louçã veio a público dizer, conduz-nos inevitavelmente à constatação de que, efectivamente, qualquer que seja o quadrante político em que pensam ou dizem mover-se, os protagonistas partidários são vítimas do que, também vox populi dixit a propósito do poder: "lhes sobe à cabeça"... na verdade, como podemos interpretar meia dúzia de observações que aqui proponho à reflexão, sem prejuízo de uma posterior análise? Por exemplo, que legitimidade confere um (apenas um, sublinho) resultado eleitoral, resultante de umas eleições específicas, marcadas por uma extraordinária abstenção e pelo facto de não comprometerem os eleitores com um voto de confiança para a governação nacional, ao ponto de se afirmar, sem aparente margem para dúvidas, que o BE é a terceira força político-partidária nacional? A humildade, a prudência e a consciência democráticas aconselhariam a que, antes desta contundência, se aguardassem os resultados das Legislativas e, mais ainda, os das Autárquicas... ou não?... O que pode justificar a previsão categórica de que: "(... ) O PSD não pode ganhar as eleições. Não tem condições nenhumas para ganhar as eleições.(...)" senão um exercício de puro oportunismo político que hipoteca os meios aos fins, para retirar votos ao PS sob pena de contribuir decisivamente para a criação das tais condições necessárias à reedição de vitória neoliberal de má-memória dos tempos do cavaquismo e do "barrosismo-santanista"? Seria de esperar que a Esquerda consciente e responsável preferisse minimizar a vitória da direita que grassa, como uma ameaça, por toda a Europa, da Holanda à Itália, à Austria e à República Checa com o crescimento da extrema-direita... ou não? O que implica a afirmação formulada, em tom definitivo, da indisponibilidade para a governação com os socialistas, que se não esgote na recusa do comprometimento com as soluções governativas, a não ser que o combate ao Partido Socialista é uma prioridade do BE, apesar disso poder significar o agravamento do carácter liberal das previsíveis medidas políticas que uma eventual vitória do PSD significaria? Denota afinal que o crescimento da sua representação parlamentar é mais importante do que a defesa do interesse público... ou não? O que significa, no contexto de uma organização económico-social destituída de aparelho produtivo, a defesa da nacionalização de sectores estratégicos, contraposta à assertiva descrença e condenação da regulação do mercado? O esvaziamento das dinâmicas do mercado económico, a condenação da reforma da sua regulação e a defesa do centralismo do Estado na economia... ou não? Como interpretar a defesa da saída da Nato e o fim da integração das forças multilaterais em contextos de guerra, num tempo em que a interdependência e a globalização de problemas e soluções apela à união de todos, no quadro de consensos construídos e afirmados pelas Nações Unidas... Como perspectivar toda a doutrina panfletária qua apela a uma "esquerda grande"(?!), sem a menor referência à realidade portuguesa no que se refere às inexistentes condições de produção e ao nulo aparelho produtivo nacional?... pois... fazer política é muito mais do que produzir demagogia... até porque, fazer política e participar na governabilidade, são atitudes que não interessam à auto-promoção narcisista que tem desculpa, apenas e só em curtissimos espaços de tempo, enquanto se não consegue olhar em volta, de forma justa e inteligente... e avaliar o risco, procedendo em conformidade... porque é bom não esquecer: a crença não tem solução para os problemas objectivos das condições de vida das pessoas e a invenção de super-heróis é uma brincadeira que se não pode, de todo, levar a sério!...

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Um Poema Cantado... para a Eternidade!



Leonard Cohen no Festival Internacional de Jazz de Montréal... com "Hallelujah"!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Leituras cruzadas...


Esta semana, é o segundo post das Leituras Cruzadas que aqui trago... desta vez sem grandes enquadramentos a não ser a referência não apenas ao dito mas, acima de tudo, a todo o não-dito que os textos que escolhi, arrastam... simbolicamente, como se de sinais se tratasse, num tempo em que não vem a propósito "dividir para reinar" mas, antes, pensar e agir para reunir, fica a sugestão de leitura do "Tiroteio no Museu do Holocausto" de Palmira Silva (no Jugular) e, em jeito de reflexão alargada, do texto de Nuno Ramos de Almeida "Sem Compromissos" (no Cinco Dias)...

Ajudas insólitas... Bizarrias indesejadas!




A construção social dos factos tem, por vezes, resultados inoportunos e incompreensíveis que, pela sua bizarria e extemporaneidade, se transformam, a partir de um escandaloso oportunismo, num ridículo testemunho contraproducente, capaz de anular, de uma só vez, a efémera credibilidade em que assenta uma das mais significativas dimensões da imagem pública do que se entende por "interesses partidários", remetendo os cidadãos para uma redutora e lamentável dicotomia entre ética e política que, também se avalia em processos eleitorais... é o caso da Lei do Financiamento dos Partidos, assunto sobre o qual escrevi esta manhã no Eleições 2009....

Manifestações ... o caso do BPP contra si próprio!


No Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, ocorreram-me, logo de manhãzinha, quatro perguntitas que vinham, sussurantes, insistindo em formular-se no meu cérebro: 1) o que faz com que alguns cidadãos escolham, voluntária, assumida e orgulhosamente, para efeitos de guardião das suas economias, uma entidade designada como Banco Privado que assumiu, desde o início, ser gestora de fortunas pessoais e independente da influência do Estado e dos Governos? 2) o que justifica que, após a constatação de terem optado por um meio que se revelou contrário às suas expectativas, esses cidadãos venham agora reivindicar de forma agressiva e ameaçadora a intervenção do Governo numa entidade que sempre se vangloriou de ao Estado nada dever, para gáudio desses mesmos cidadãos? 3) considerando que o BPN implicava um grau de risco sistémico para a generalidade do sistema financeiro português num momento de gravissima instabilidade do mercado internacional, dada a sua dimensão que não era, segundo os especialistas, comparável à que representa o BPP, que outra explicação pode ter o desespero dos depositantes (cuja causa é imputável exclusivamente aos administradores do que, anos antes, elegeram como sua instituição bancária de confiança) que não seja, apenas, a manifestação de um protesto que atingiu, na forma como abordaram o Ministro das Finanças, o auge de uma revolta que é afinal, apenas, contra si próprios? 4) será que os indignados manifestantes ainda não pensaram na imagem que resulta de tudo isto?

Um Canto de Alma ilustrado pela Natureza...



Imagens para a 3ª Sinfonia de Brahms, Poco Allegretto...

terça-feira, 9 de junho de 2009

Leituras cruzadas...


Hoje, apenas, 2 textos, importantes! a ler... um, como ainda não tinha sido escrito e é muito relevante que o seja, de qualidade excelente, com enfoque no PS a propósito dos resultados eleitorais, de Osvaldo Castro, no Praça Stephens... o outro, de José Saramago, no Caderno de Saramago, sobre a Esquerda, hoje, face às lições que a realidade não deixa de dar a quem, atento e lúcido, a vê, a estuda, a compreende e a escuta...

Medo - esse inimigo da audácia e da esperança...


Acabei de publicar, no Eleições 2009, o texto: "A ausência da "audácia" da esperança"...

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Transmutação alquimica...



in "A Vida é Bela"... uma metáfora sobre a capacidade humana de criar a partir do caos... persistir para compreender, compreender para repensar, repensar para reconstruir!... "Caminhante, não há caminho... o caminho faz-se ao andar" (António Machado, poeta sevilhano).

Complexidades de uma Abstenção Anunciada...


Na Europa, hoje, venceu a abstenção com uma média de 57% contra 43% de votantes... além disso, a característica generalizada dos resultados eleitorais deu a vitória ao centro-direita... na sequência dos resultados que deram forte expressão, na Holanda, à extrema-direita, "a coisa Berlusconi" (a expressão foi lançada por José Saramago num artigo que, aqui, pode ler) alcançou 40% dos votos em Itália e, em França, Jean-Marie Le Pen voltou a ser eleito para Estrasburgo... razão seja dada à lúcida, ainda que magoada, leitura de Vital Moreira que, além de atribuir os resultados de hoje aos efeitos da recessão determinada pela grave crise internacional, chamou a atenção para o facto da "fragmentação partidária" justificar o receio pela "governação do país no futuro". Em Portugal, a abstenção atingiu praticamente os 63% (que, nos Açores, chegou aos 78%)... por isso, vale a pena pensar o panorama político nacional, desta vez colorido a amarelo do Norte a Santarém e no Algarve, a rosa apenas em Lisboa e Portalegre e, a vermelho, nos distritos de Beja, Évora e Setúbal. Voltou, se assim se pode dizer, a vencer o eleitorado e a lógica tradicional que procura a segurança e a confiança quando o meio envolvente ameaça a estabilidade e produz a insegurança - o que justifica a vitória da CDU nos 2 maiores distritos do Alentejo e em Setúbal e o resto do país a alternar entre PS e PSD... o que é, aqui, digno de registo são alguns dados que concorrem para a explicação da abstenção enquanto reflexo do desinteresse ou melhor, da desmobilização cívica relativamente ao voto. Antes de mais, refira-se o imenso erro das sondagens (que não é inédito, infelizmente!, no nosso país!) que, sistematicamente, deram e alardearam a vitória ao PS, reduzindo a consciência da necessidade do voto por parte de muito eleitorado e que, por outro lado, desenvolveram a urgência em afirmar politicamente o PSD num momento em que a sua imagem estava excessivamente "apagada" e "desgastada" e em que emergia como estratégia a redução da hipotética margem de vitória do PS em que assentou a mobilização dos militantes e simpatizantes do Partido Social-Democrata... Com os devidos cumprimentos aos vencedores, cabe dizer que, mais do que aos respectivos Secretários-Gerais, cabem a Paulo Rangel, Miguel Portas, Ilda Figueiredo e Nuno Melo os parabéns pelos resultados alcançados... quanto ao Partido Socialista, para que se não repitam surpresas desagradáveis, vale a pena lembrar a sua acrescida responsabilidade na constituição de listas, programas e estratégia de campanha para as legislativas que deverá afastar-se de ligeirezas negligentes ou contextos cénicos que esgotem ou substituam a substancialidade explicativa e transparente da mensagem... porque, como, de facto, os tempos não são gratuitos nem "correm de feição" e muito deve o partido do governo pensar sobre o futuro próximo... Hoje, a Europa dos Cidadãos ficou mais ameaçada pelo espírito de "Europa Fortaleza" e nada de particularmente bom podemos esperar deste facto, dada a crise económico-social que nos afecta a todos... compreende-se a alegria de quem sente recompensadas as suas expectativas e a decepção de quem "foi apanhado de surpresa" mas, na verdade, os resultados não são ilógicos nem, realmente, surpreendentes... Vital Moreira sabe isso... e todos os seus colegas no Parlamento Europeu vão precisar do precioso contributo que a sua inteligência, saber e independência trará para a consolidação da Europa de Todos que continuamos à espera de ver solidamente (re)construida.

domingo, 7 de junho de 2009

Abstenção - entre a Inteligência dos Eleitores e o Abuso de Confiança dos Partidos!


As urnas fecharam às 19h. Por todo o país, nas mesas de voto, a percepção era comum: uma abstenção preocupante que atingiu, em algumas capitais de distrito, taxas que não alcançavam os 20% às 14h... começava a tornar-se real o cenário anunciado. 19.10h: na RTP1, é divulgada a taxa de abstenção prevista pela Universidade Católica a oscilar entre os 61 e os 65%... uma amiga, com pouco mais de 30 anos, perguntara-me há dois dias: "Oh, Ana Paula, que taxa de abstenção é que obriga a anular as eleições?"... sorri... e respondi ao seu rosto surpreendido: "Nenhuma, Inês!"... Pois é... nenhuma!... e deveria talvez existir... não para impôr o voto aos eleitores mas, para obrigar os partidos a respeitarem o eleitorado, realizando campanhas esclarecidas e verdadeiras sobre o que, efectivamente, está em causa!... curiosamente, a inteligência dos eleitores não correu atrás, massivamente, do apelo ao "cartão vermelho" à governação mas, também não foi votar gratuitamente... como dizia, há pouco, António Vitorino, na RTP, se foi este o conteúdo de uma campanha para as europeias, o que poderemos esperar da campanha para as legislativas?!... tudo isto é lamentável... principalmente, como disse António Costa, também na RTP1, porque: "as pessoas ainda não perceberam como as decisões da Europa contam para a vida delas, mas como, também, dependem delas."... ah!, claro que eu fui votar!


(Caros Amigos e Leitores, informo-vos que também publiquei este post no blog do Público "Eleições 2009")

sábado, 6 de junho de 2009

Quatro Reflexões... de um Grande Político!



"A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte."


"Os sete pecados capitais responsáveis pelas injustiças sociais são: riqueza sem trabalho, prazeres sem escrúpulos, conhecimento sem sabedoria, comércio sem moral, política sem idealismo, religião sem sacrifício e ciência sem humanismo."


"O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente."


"O que pensais, passais a ser!"


Mahatma Gandhi

Votar para Prevenir!...



Terminou a campanha eleitoral. Domingo serão eleitos os representantes de Portugal no Parlamento Europeu... Somos todos europeus e temos, uma vez mais, nas nossas mãos, democraticamente, uma palavra significativa a dizer sobre o nosso futuro... um futuro onde nada está garantido!... lembremo-nos que a extrema-direita alcançou uma forte vitória na Holanda e que, em Itália, Berlusconi exibe um neoliberalismo consumista de mau-gosto em desrespeito pela ética democrática que passa pela promiscuidade entre política, negócios e mercado(s)de todo o género... Não é essa a Europa que queremos: nem a do racismo e da xenofobia, nem a da ditadura prosmícua e alienante feita de nacionalismos e símbolos de que tudo tem um preço... Não à Ditadura! Não à promiscuidade e à manipulação! Não ao nacionalismo! A Europa Social dos Cidadãos ainda é possível! Por uma Esquerda Responsável e com capacidade de influência e de decisão, capaz de salvaguardar a paz, de combater a pobreza, a exclusão e a discriminação e de construir uma economia e uma gestão social assentes no mérito e na igualdade de oportunidades para todos... domingo, vamos a votos!... para prevenir a violência e o autoritarismo que aguardam a cada esquina, nas expressões demagógicas, uma forma de aceder ao poder para agir contra a liberdade, a diversidade e a pluralidade da coexistência pacífica!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A Guiné entre os mais Negros Dramas da Luminosa África








A Guiné continua a viver dias dramáticos... nas vésperas da abertura da campanha eleitoral, os assassinatos políticos persistem na sociedade guineense, ameaçando a liberdade pressuposta em democracias que realizam eleições livres. O fenómeno soma-se aos múltiplos dramas de um continente riquissimo alvo da exploração colonial durante mais de 5 séculos que, após a conquista da pluralidade e da independência, continua a ver bloqueada a possibilidade dos seus cidadãos usufruirem de uma existência digna e pacífica. Além da fome, das secas, das guerras, da proliferação assustadora do HIV/Sida, o continente africano marca inequivocamente os séculos XX e, para já, a primeira década do XXI, com a imagem da pobreza e da doença. Analisar a África contemporânea conduz-nos à constatação de que a pobreza extrema abre caminho à prática da corrupção e ao recurso às mais hediondas formas de exploração humanas que, da experimentação medicamentosa de duvidosa segurança ao desaparecimento das crianças, arrastam as economias dos mais ricos territórios do planeta para as mais miseráveis condições da vida humana. Por isso, é fácil de compreender que o narcotráfico tenha assumido um papel central no controle político da Guiné... e que, hoje, a Guiné se inscreva entre os mais negros dramas de África, a bela e a luminosa. Ficam todas as potencialidades de alguns dos mais preciosos espaços do planeta, reféns da ambição desmedida dos grupos politicamente dominantes, no contexto de uma percepção do exercício do poder de natureza tribalista que, pelos resultados demonstrados, desvaloriza o bem-estar social e sacrifica as suas populações, exibindo perante o mundo a sua completa incompetência política para desenvolver o país e proteger as pessoas, na mais elementar e injusta desvalorização dos Direitos Humanos.

Democracia - Cultura Política e Visão Estratégica para a Paz







A Democracia é um modelo de gestão política susceptiível de aplicação universal, adequado à promoção da coexistência plural pacífica, ao direito à diversidade e à valorização do diálogo como forma privilegiada de resolução de conflitos... contudo, como bem lembrou Barack Obama no seu discurso no Cairo, a Democracia não pode ser uma imposição, devendo resultar, isso sim, do reconhecimento da sua utilidade para a paz. Uma nova fase das relações políticas entre os designados países "ocidentais" e a comunidade de países muçulmanos, foi inaugurada, no Egipto com a intervenção de ontem do mais recente Presidente dos EUA Barack Obama a quem os tradicionalistas conservadores norte-americanos têm tentado, por todos os meios, travar "o passo" e a quem, os preconceituosos anti-americanos, têm acusado com alarde de defraudar expectativas de mudança na política internacional. O discurso do Cairo veio clarificar a realidade. De facto, a cultura política como sustentação de uma visão estratégica responsável para o desenvolvimento de relações internacionais democráticas é o caminho para a consolidação de um mundo globalizado empenhado na paz. Barack Obama continua a fazer justiça às expectativas que a sua campanha e a sua eleição provocaram em todos nós. A Palestina e o Mundo agradecem.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Leituras Cruzadas...

Quando faltam apenas 3 dias para a eleição dos representantes de Portugal no Parlamento Europeu, é de assinalar, relativamente à campanha em curso, a persistência temática na política interna, nas críticas à governação nacional e nas considerações acusatórias inter-partidárias... Esta constatação é digna de registo por denotar, antes de mais, a aparente legitimidade ou, em última análise, a conformação permissiva da generalidade da sociedade portuguesa perante a ostentação do que pode ser considerado um atentado à seriedade política dos objectivos eleitorais em sociedades democráticas que, apelando à transparência e à participação cívica, invertem esses objectivos quando as respectivas campanhas apelam, massivamente, a objectivos outros que não os que efectivamente estão em causa. Exemplo sintomático do ponto a que, entre nós, chegou a demagogia é o caso referido por Tomás Vasques no Hoje há Conquilhas e que, lido no contexto da problemática que hoje caracteriza o dilema da consolidação europeia (veja-se o texto de Carlos Castro no Câmara dos Comuns), agrava sobremaneira o risco de distanciamento dos eleitores cujos votos, sendo objecto de reivindicação dos políticos, se tornam alvo de um recurso sem escrúpulos à utilização de falsas premissas decorrentes da desadequação entre os objectivos das eleições de dia 7 e a manipulação intencional do teor da campanha que, diga-se em abono da verdade!, assenta numa elementar estratégia de motivação sustentada pela oposição crítica à governação e pelo incentivo ao voto como forma de penalização popular da política nacional. Apesar do cenário económico-social que atravessa o país (leia-se o artigo de Filipe Tourais no País do Burro), seria importante que o leque partidário de candidatos às Eleições Europeias respeitasse a opinião pública e clarificasse os interesses em causa nas eleições do próximo domingo pelo muito que está em causa (vale a pena ler o post de Carlos Santos no Câmara dos Comuns)... mas, provavelmente, desperdiçado que foi todo este tempo, não se justificam grandes expectativas a este propósito... é pena! Quem fica a ganhar é, seguramente, a abstenção!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Uma Ordem Medieval...


Nos tempos que correm, troca-se a embalagem pelo conteúdo e a imagem pelo significado... ou, talvez não nos tempos que correm porque, provavelmente, foi essa a tendência dominante ao longo dos tempos. Se assim não fosse, que sentido teriam as palavras e as reflexões dos filósofos da Antiga Grécia que, na senda da construção da racionalidade, insistiram na oposição entre "aparência" e "verdade"?! De facto, a forma emotiva que caracteriza a expressão do Bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, não é comum na sociedade portuguesa onde as meias-verdades, o "politicamente correcto", o discurso de circunstância e a ambiguidade são recurso corrente para uma auto-defesa sempre presente, na expectativa de um provável retorno do que se diz, evitando sempre a frontalidade. É aliás esta a forma de actuação inerente às redes de dependência que, noutros tempos, salvaguardavam e preservavam vassalagens geridas em nome do que hoje se ousa chamar, a "berlusconização" do poder. Faz, por isso, sentido que Marinho Pinto qualifique como medieval, a Ordem de que é Bastonário... e se muito do que afirma pode sustentar a discussão "inter pares", facto é que, ao contrário de muitos, Marinho Pinto não defende incondicionalmente o corporativismo da classe em que reconhece os reflexos da sociedade que temos: defesa de interesses próprios, lobbies, ilegalidades, perversões de princípios, dependências, negócios, falta de transparência e até criminalidade... porque não seria verdadeira esta versão desta realidade específica se dela vamos tendo sinais, de quando em quando, na comunicação social, se é voz corrente entre a opinião pública e se é impossível manter a imunidade de uma instituição no quadro complexo de uma mentalidade cultural assente no inter-conhecimento? De facto, para além das influências político-partidárias dos seus orgãos que a essa lógica social também não escapam, que fundamento razoável pode ter a exigência de que Marinho Pinto deve acusar pessoas, para ser credível? A investigação das suspeitas, sabe-se!, pertence ao Ministério Público e não ao exercício da delação, instrumento de recurso dos regimes anti-democráticos que, in extremis, tiveram o seu máximo expoente na Inquisição... Marinho Pinto é um homem corajoso, dotado de boas intenções e consciência democrática, intrinsecamente convicto das competências de um Estado de Direito que deve merecer a confiança dos cidadãos. Por interferir com "interesses instalados" e ser incómodo para os que usufruem do actual estado de promiscuidade das esferas da política e dos negócios, é alvo da reacção extremada de muitos... contudo, reconheçam-se as razões de Marinho Pinto que salvaguardam o interesse público, mais do que estamos habituados a ver defender com a contundência com que o faz... Marinho Pinto faz bem à democracia portuguesa!... e credibiliza a advocacia e a classe aos olhos dos cidadãos, ao contrário do que pretendem fazer crer os que lhe declararam guerra.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Sorrir...



Ontem, aqui mesmo, num texto a que chamei "O Dever da Utopia" relembrei os Direitos da Criança... Hoje, 1 de Junho, Dia da Criança, fica o registo da fantasia e do prazer com que se sonha e aprende o mundo... para todas as crianças, por todas as crianças... para todos nós! Com alegria, Feliz Dia da Criança!

Movimento Pela Igualdade...

Porque Igualdade significa Não-Discriminação, Não-Exclusão e Direitos Iguais para Todos, o Movimento pela Igualdade (MPI) disponibilizou, no sentido de legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, um documento que pode assinar AQUI.