domingo, 14 de junho de 2009

Leituras cruzadas (3)...

Afinal, esta semana, sugiro ainda mais 4 leituras... cruzadas, claro está!... porque, a partir de um cruzamento temos sempre melhor percepção da circulação e da paisagem... neste caso, porque, através destas leituras, podemos aceder, com relativa facilidade a um olhar sobre o mundo em que hoje caminhamos, no que à dimensão da invisibilidade estrutural diz respeito... de facto, composta que é a realidade pela conjugação permanente do dito e do não-dito ou, se se preferir, do visível e do oculto, é urgente não esquecer e, preferencialmente, reconhecer, a dimensão central das dinâmicas internacionais que transcendem o conhecimento comum da opinião pública, no percorrer de uma inexorável marcha contínua no sentido da concretização de objectivos corporativos que, nas teias e atalhos do cruzar tranquilo dos negócios, dos rituais e da sociabilidade, encontramos preparada para continuar a influenciar o mundo em todos os lugares onde a vulnerabilidade espreita e o poder fica acessível. É o caso do Afeganistão onde se jogam os medos e os horrores do mundo, num país onde a pobreza e os estragos do narcotráfico criaram condições para a coexistência de um governo comprometido com tudo o que nesse país ocorre e o refúgio dos fundamentalistas armados talibãs (leia-se o texto de JMCorreia Pinto no Politeia)... ou a razão de ser de organizações internacionais que assumem a relação entre a religião e a política, à revelia da distinção das duas esferas de acção que caracterizam os estados democráticos -onde os valores e as práticas relativos à igualdade não podem ficar reféns de dogmas religiosos sob pena de sentirmos que nos escapa o domínio das dinâmicas socio-políticas supostamente transparentes (ver o texto de JRV no Activismo de Sofá)... implica tudo isto que, num país como o nosso, se oscile entre o perturbado e o provinciano (vale a pena ler o texto de Valupi no Aspirina B), dilema que é urgente resolver, investindo na responsabilidade cívica e política de um itinerário vocacionado para a construção de uma sociedade mais livre e mais justa... uma vez que ainda estamos num tempo e num espaço de reforço de competências muito incipientes (veja-se o texto de José Manuel Dias no Cogir) para que se concretize, em Portugal, um grau de sustentabilidade económico-financeira capaz de nos permitir o usufruto da sempre ansiada e expectável liberdade com que se faz a Paz e se consolida a autenticidade da Democracia.

2 comentários:

  1. Caro Valupi,
    A Nossa Candeia agradece as suas palavras pelo olhar clarividente e desassombrado que reconhece ao seu autor.
    Volte sempre!

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