sábado, 20 de junho de 2009

Leituras cruzadas...

Um olhar subtil encontra, em pequenos pormenores, sinais indicativos de mudanças e continuidades que, no contexto internacional e nacional ou, se preferirem, global e local, despertam a reflexão sobre o significado e as resistências de alteração dos paradigmas com que os tempos que correm, se defrontam (Tomás Vasques em Amanhã há Conquilhas). Entre o desconhecimento real dos procedimentos legítimos inerentes à vivência institucional que procura a manutenção da estabilidade da arquitectura social, de que tem vindo a ser exemplo a contestação à actividade fiscalizadora do Banco de Portugal (Carlos Santos em O Valor das Ideias) e o provincianismo que ignora a motivação de apoios políticos que revelam mais sobre a pobre e inquinada defesa, por exemplo da escolha de Durão Barroso para a Presidência da Comissão Europeia (Carlos Santos em O Valor das Ideias) que cauciona a prática de uma lógica liberal para o desenvolvimento europeu, à revelia do que seria suposto ter sido compreendido a partir da crise (João Pinto e Castro no Blogoexisto), o país vai continuando a ficar refém das suas mais estruturalmente gravosas realidades, hipotecando o futuro às mãos de uma especulação mediática e demagógica, seja no campo dos investimentos económico-financeiros (Filipe Tourais no País do Burro e Paulo Ferreira na Câmara dos Comuns), seja ao nível da qualidade da culturapartidária e da deontologia, no reino da "política, pura e dura" (JMCorreia Pinto no Politeia)... entretanto, na expectativa de não agravar o que de ameaçador se encontra já publicitado (ainda que não explicado e, menos ainda, compreendido), as percepções internas sobre o desempenho iraniano no último acto podem conferir-nos um outro olhar sobre uma realidade (Pedro Ferreira no Cinco Dias) que, entre Europa, Ásia e África, se desenha como vastissima "zona tampão" em que as negociações da paz e da coexistência se encontram no limite dum "braço-de-ferro" que persiste em se manter, como moeda de troca das relações internacionais que, à primeira vista e de há muitas décadas a esta parte, tem na postura norte-americana (João Galamba no Jugular), um interlocutor consciente e sério.

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