terça-feira, 28 de julho de 2009

Leituras cruzadas...

A ética política que caracteriza o panorama público português tem o seu melhor exercício no caso que Valupi tão bem intitulou com a criatividade habitual: "Louçã tem Dias" e que se pode ler no Aspirina B... concorre para dificultar o caminho à esperança da lucidez, a notícia que deu origem ao bem humorado "Ternura é (9)" de Carlos Barbosa de Oliveira no Delito de Opinião e, na senda da actualização dos absurdos, extensível às mais distintas realidades, vale a pena ler os textos de Cipriano Justo no Eleições 2009 e de Fernando Cardoso no Ayyapa Express. Face a esta breve mas sintomática, coexistente e sucessiva corrente factual, vale, também por isso, a pena, reconhecer um mínimo de decência na forma como está a ser conduzido o processo de que dá nota João Abel de Freitas no Puxa Palavra... e lavar a alma na melhor prosa portuguesa de que João Tunes dá exemplo no Caminhos da Memória.

4 comentários:

  1. Cara Ana Paula,

    Por falar em ética política, porque é que em Portugal não se faz a distinção entre «policy» e «politics»? Abraço

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  2. Provavelmente, Jeune Dame, porque se reduz a nobreza da política à retórica e se não reconhece que, para além da política designadamente inter- partidária, há uma acção política consistente e contínua susceptível de ser definida e executada em nome da qualidade de vida dos cidadãos ou, se quisermos, da Polis. Porquê? Pelo que nos é dado ver porque planificar é uma actividade conceptualmente mal interpretada, perspectivada como conjuntural e associada ao exercício do poder... A cultura política exige estudo, trabalho e reflexão e não se adquire pela gratuitidade da prática partidária assente no militantismo seguidista e reprodutor... será? Um grande abraço.

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  3. Totalmemte de acordo com a sua resposta.
    Mas, infelizmente o que existe é o "militantismo seguidista e reprodutor"...Vejo-o todos os dias despudoradamente exibicionista...
    E,impotente para o combater, cresce o desânimo misturado com a revolta.
    Continuo no entanto a resistir e tentar combater este pãntano instalado- em todos ,ou quase, os partidos.
    E são textos como os seus que me ajudam a levantar e a acreditar...
    Boa noite ,Ana Paula,e obrigada por mais esta tão lúcida reflexão.
    Um abraço amigo
    Tina

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  4. Tina,
    Subscrevo sem reservas o que diz sobre o "militantismo seguidista e reprodutor" a que, "despudoradamente exibicionista" assistimos diariamente... continuemos por isso a combater "este pântano instalado" porque se deixarmos de acreditar, contribuiremos para a estratégia de alastramento e contaminação que os "seres pantanosos" promovem na sua cega ânsia de poder em total desrespeito pelos direitos e os interesses colectivos dos cidadãos. Obrigado, Tina, pelas suas leituras, pelas suas interpretações e pelo importante contributo com que incentiva o continuar a pensar e a dizer.
    Um grande abraço amigo
    Ana Paula

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