segunda-feira, 12 de abril de 2010

Leituras cruzadas...

Enquanto a Europa percorre os seus paradoxais caminhos políticos, na senda de um federalismo em construção (vale a pena ler os textos de António Figueira no Cinco Dias e de MFerrer no Homem ao Mar), o nosso país continua a defrontar-se com uma empobrecida lógica que reduz a avaliação dos problemas do desenvolvimento nacional a um confronto partidário que reduz a importância do exercício do poder a uma alternância que, não sendo senão uma das possibilidades geradas pelo actual sistema político, é encarada, de forma adquirida, como alternativa, destituindo, por esta razão, os agentes sociais, cívicos e intelectuais, no empenhamento criativo na ideologia e na apresentação de formas inovadoras de alteração da lógica e dos métodos de governação (leiam-se, a título recorrente, os textos de João Abel Freitas no PuxaPalavra, de Miguel Abrantes no Câmara Corporativa, de José Adelino Maltez no Albergue Espanhol e de Pedro Correia no Delito de Opinião). Estaremos a perder a capacidade de pensar ou a motivação para agir?... Se atendermos ao que, diariamente, vamos conhecendo (vale a pena ler os textos de Nuno Ramos de Almeida no Cinco Dias, de Filipe Tourais no País do Burro ou de João Rodrigues e de José Guilherme Gusmão no Ladrões de Bicicletas) e se dedicarmos um pouco da nossa atenção à forma como tratamos a realidade dos factos, manipulando-os em função de calendários que se não referem à verdade mas à imagem gratuita das efemérides (vejam-se a este propósito os textos de JMCorreia-Pinto no Politeia e de João Tunes no Água Lisa), ficamos com poucas razões para acreditar que a mudança indispensável à economia e à política nacionais, indispensáveis para que se possa, de facto, sair da letargia e da crise em que nos afundámos, esteja próxima de ser alcançada... a terminar as Leituras Cruzadas de hoje, deixo o registo do enumerar de questões que o SOS Racismo vai registando, e a referência ao texto de Paulo Gorjão no Bloguítica.

2 comentários:

  1. Estimada Ana Paula,
    Acho que fez um excelente trabalho de recolha do que poderia contribuir para separar o trigo do joio.
    Se a minha modesta contribuição pudesse ser útil, acrescentaria que a definição de objectivos, sob o critério dos valores de esquerda, impediria o avanço do populismo desenfreado e que adireita revanchista venha "fazer reformas" aproveitando para deitar fora a "água do banho" juntamete com os tais valores de esquerda que o PS tem obrigação de defender em primeiro lugar: A República Laica; A Segurança Social; A Educação e a Liberdade de expressão que a direita quer abafar com a treta da privatização a esmo!
    Cumps!.

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  2. Estimado MFerrer,
    Obrigado pelas suas boas palavras e pelo excelente contributo que será sempre benvindo :)
    ... aproveito para lhe dizer que, a propósito da "treta da privatização a esmo", escreverei, provavelmente, amanhã!
    Bem-haja!

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