segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Paquistão - Lentidão e Urgência da Intervenção Política Internacional






O que está a ocorrer com a ajuda e o apoio à hecatombe com que se defronta um povo inteiro? É impressão minha ou é um facto que o mundo está mais reticente que nunca na ajuda humanitária de que o Paquistão, desesperadamente, precisa? Com 20 milhões de pessoas afectadas pelas cheias, brutais!, que devastaram o país, mataram e feriram milhares de famílias e desalojaram milhões de pessoas, estará o Paquistão a ser vítima da desconfiança e antipatia que as suspeições sobre a influência talibã no território, despertam por todo o mundo? A questão, inadiável, é premente designadamente depois da repetição do apelo do lacónico Ban-Ki-Moon, actual Secretário-Geral das Nações Unidas, que assumiu a lentidão e insuficiência do processo de ajuda humanitária à população paquistanesa (ler Aqui). Os números da tragédia (ler Aqui) emergem diariamente sob as formas de terror de que se reveste a fome, a sede e a ameaça premente de pandemias que agrava a pobreza dos paquistaneses e alimenta as sementes do medo, da violência e da vulnerabilidade a todo o tipo de chantagem política. Contudo, mais preocupada com a gestão ocidental da difícil retoma económica e com a tensa e paradoxal delicadeza das relações diplomáticas (ler Aqui), a comunidade internacional parece estar a minimizar, na prática e a custos elevadissimos que o futuro se encarregará de demonstrar, os Direitos Humanos na sua vertente mais básica relativa à sobrevivência de, pelo menos!, 6 milhões de pessoas e à segurança quer dos cerca de 20 milhões atingidos directamente, quer das populações de toda uma vasta e explosiva região asiática. Conhecida e reconhecida que é a importância que, neste plano, ainda têm as intervenções protagonizadas politicamente, é urgente ouvir as vozes dos Presidentes Lula da Silva, Barack Obama, Medvedeev e Durão Barroso no apelo à materialização efectiva da concertação de esforços para salvar e apoiar milhões e milhões de cidadãos a viver, de facto!, verdadeiras situações de risco que se aproximam, perigosamente, do abismo.

10 comentários:

  1. Minha cara Amiga... é por tudo isso que por vezes a fé nos homens se perde (a fé em Deus há muito que a perdi!)

    ResponderEliminar
  2. Cara Ana Paula Fitas
    Esta parece ser uma ameaça indeterminada no sentido da sua extensão e perante um perigo definido...alimentando a angústia e a dor em larga expansão e reclamando a intervenção das formas de organização que estão no terreno, mas a actuar de modo muito opaco. É uma situação para a qual nem encontramos as palavras desejadas e que nos magoa enquanto seres humanos que defendemos os direitos dos povos e que os vemos bastardos nesta situação que exige, como bem diz, uma concertação de esforços e de intervenções incisivas capazes de aliviar o sofrimento destes seres humanos que tanto choca a nossa sensibilidade.
    Um abraço amigo e solidário.
    Ana Brito

    ResponderEliminar
  3. Ana Paula,
    A sua pergunta é pertinentíssima. Pobres dos que dependendem de jogos de poder.Afecta-me, sobretudo, este assobiar para o lado e/ou esta sensação de que mais tarde ou mais cedo irão pagar pelas condições geo-políticas da zona onde vivem.
    É um "Aahhh...!, agora querem ajuda porque estão aflitos, não é ? mas quando se lhes toca na religião são capazes de matar ou ajudar assassinos, não é ?"...
    O Paquistão vai comprar cara esta ajuda internacional; por detrás dela aparecerão, certamente, condições leoninas relativas ao apoio que deverão dar à politica regional concertada pelas potências com interesses imediatos na zona.
    É chocante mas é verdade.
    Um abraço.
    PS: Parece que foi descoberto petróleo em grande quantidade no Afeganistão...interessante não é???
    Fiquemos por aqui.
    Outro abraço e bem haja pelo seu texto.

    ResponderEliminar
  4. Vou fazer link, Ana Paula
    Abraço

    ResponderEliminar
  5. Eu lhe digo que aqui no Brasil as notícias chegam bem menos impactantes...afinal estamos em ano eleitoral e as manchetes dão destaque aos candidatos, infelizmente.

    ResponderEliminar
  6. Rogério... tem tanta razão!... às vezes é desanimador mas, meu amigo, não permitamos que o desalento nos vença :)
    Abraço amigo.

    ResponderEliminar
  7. Cara Ana Brito,
    Obrigado pelas suas palavras... a complexidade dos critérios políticos deixa para trás a nossa comum Humanidade...
    Um abraço amgo :)

    ResponderEliminar
  8. Olá Miguel :)
    Que excelência de comentário, meu amigo :)
    Obrigado... às vezes, a alma assoma-nos à voz e dizemos de modo perfeito o que juízo já não pode calar, não é?... obrigado também pela notícia, elucidativa!!!, da descoberta de petróleo no Afeganistão (ainda não sabia!!!)...
    ... o correio já chegou mas, por razões imprevistas, sou eu quem tem agora que chegar :))
    Um grande abraço, meu amigo... e... Bem-haja também por este comentário!

    ResponderEliminar
  9. Turmalina,
    Agradeço-lhe muito as notícias que aqui faz chegar... na verdade, eu não tinha essa noção mas é importante não "tirar o pé do chão" desta realidade tão desigual e crua... e perceber que, os interesses imediatos, continuam a sobrepôr-se aos dramas desta nossa comum Humanidade onde o poder se esquece de ver "iguais" e "irmãos"... não desistir terá que ser a nossa palavra de ordem :)
    Um grande abraço.

    ResponderEliminar
  10. Carlos,
    Muito agradeço a gentil e solidária referência que já comentei nas Crónicas do Rochedo.
    Um grande abraço.

    ResponderEliminar