sábado, 31 de dezembro de 2011

O Poema...


... o VIII de "O Guardador de Rebanhos" de Alberto Caeiro... 

Hasta Siempre...

(via Armando Santos no Facebook)

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Para se não perder o sentido da realidade...


... é fundamental lembrar, por exemplo, o que David Attenborough aqui partilha, ao som de "What a Wonderful World" de Louis Armstrong...

Sonoridades Intemporais...

... Patxi Andion "Con toda la Mare Detras"...

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Das Reformas na Saúde, Hoje...

É chocante o que está a acontecer no Serviço Nacional de Saúde (ler aqui e aqui). Porque se é verdade que há um imoral desperdício de verbas, seriam bom que os cidadãos soubessem em que sectores ocorrem as brutais despesas que todos vamos pagar: com menos saúde, menos assistência, mais doenças e, previsivelmente, mais mortes que seriam, seguramente!, evitáveis porque é inequívoca a relação entre diagnóstico precoce e eficácia terapêutica. É por isso incompreensível que se associe directamente o excesso de gastos à qualidade dos serviços pelo que seria muito interessante aferir questões colaterais mas decisivas como, por exemplo: a quem beneficiou o dinheiro desperdiçado e qual a natureza e justeza dos critérios de elegibilidade de espesas que, nesta área, tudo pagam a "peso de ouro": formações, deslocações, representações, e outros "ões"... Injusto e socialmente lesivo do interesse público é o facto dos exames de diagnóstico, o preço das consultas de urgência e as taxas moderadoras, tornam o acesso à saúde num luxo e num risco!... porque, para além destes aumentos revelarem um completo distanciamento das condições de vida dos portugueses (que se não reflectem linearmente nas fórmulas de cálculo económico-financeiro), perde credibilidade quem, avaliando a questão à "vol d'oiseaux" não recorre a critérios de avaliação clínica desinteressada e respeitadora do Juramento de Hipócrates para, com rigor, aliar os resultados das auditorias do Tribunal de Contas à realidade e aos objectivos do Serviço Nacional de Saúde, protegendo os cidadãos dos interesses corporativos... ... porque este caminhar a grande velocidade para um serviço de saúde tipo norte-americano não interessa a ninguém... nem aos americanos! É, por isso, indispensável exigir com eficácia uma gestão política da saúde assente numa elevada ética da responsabilidade social... ou, dito de outro modo, haja moral e competência!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Um Manifesto Actual...


... de Almada Negreiros o "Manifesto Anti-Dantas" na voz, no tom e no timbre inimitáveis de Mário Viegas.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Da Emigração à Ausência de Políticas Credíveis

No ano que agora termina, saíram de Portugal 100.000 cidadãos em busca de melhores meios de sobrevivência e a emigração, de mera possibilidade, passou a cenário de uma realidade sombria que paira, de facto!, sobre o país (ler aqui), apesar dos evidentes prejuízos que o facto arrasta para a economia e a sustentabilidade social portuguesa!... é por isso completamente absurda, inusitada e despropositada a condescendência (para não dizer, incentivo!) à emigração que muitos dos escolhidos pelos eleitores para o exercício governamental, têm vindo a fazer, trocando a política por um senso-comum que revela, não só pouca sensatez, mas, também, o contrariar da prioridade que a escolha democrática supostamente implicaria, a saber: um eficaz empenhamento na criação e apresentação de soluções capazes de promover o crescimento endógeno nacional... e se é verdade que, também em 2006, emigraram 100 mil pessoas deste pequeno território que é o nosso, podemos dizer que a ostracização dos cidadãos é o que a política económica nacional entende por sustentabilidade do tecido social e política demográfica!... Qualquer que seja a justificação e a interpretação dos dados, a verdade é que o esvaziamento do país, tem custos de que a História dificilmente recupera (veja-se, para se não ir mais longe, o caso do Alentejo)... É, por isso, importante relembrar a urgência da seriedade nas propostas e no entendimento do momento que atravessamos e que requer, antes de mais, sentido de responsabilidade social - até porque, não sei se repararam! mas, de soluções fáceis, "está o inferno cheio"!!! 

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Estratégias desesperadas...

(via Paula Brito no Facebook)

domingo, 25 de dezembro de 2011

Do Natal como Invenção da Alegria...


... hoje é Dia de Natal... um dia para todas as crianças... as que o são e nós, os outros, que, felizmente!, o não deixaremos de ser - porque a alegria se inventa dentro de nós: votos de um Alegre Natal... :))

sábado, 24 de dezembro de 2011

Da Ética da Responsabilidade Social...

... e se estes são dias de alegria para muita criançada, para muitas pessoas, em todo o mundo, não são... e a ética de responsabilidade social que deveria ser prioritária, exige que o não esqueçamos... (vídeo via José Manuel Pureza no Facebook)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Leituras Cruzadas...

As grandes preocupações de 2011 ficam sintetizadas nos textos de JMCorreia Pinto no Politeia... mas, os dramas com que a vida social e política, em Portugal, se confronta, assumem contornos assustadores perante notícias que, ao invés de promoverem o investimento na qualidade de vida nacional, defendem projectos de emigração (leiam-se os textos de Luís Moreira, de António Filipe e de Francisco Clamote no Pegada) - para justa indignação de todos! O drama (como bem dizem João Rodrigues e Alexandre Abreu no Ladrões de Bicicletas) reside, de facto!, no tipo de critérios e na natureza dos ciclos políticos (bem ilustrados por Miguel Abrantes no Câmara Corporativa) a que os partidos com perfil governamental assente na experiência eleitoral que temos, sujeitam os Estados, vergados a variações que ignoram as necessidades das populações e se reduzem a uma autofágica valorização de "ganhos" demagógicos e partidários, pondo em causa a vitalidade e a transparência democrática... e se é verdade o que já percebemos (leia-se João Ricardo Vasconcelos no Activismo de Sofá), a realidade é, felizmente!, mais vasta e não se esgota na mediocridade das "vistas curtas" com que nos tentam obrigar a interpretar o mundo contemporâneo (leia-se Paulo Pedroso no Banco Corrido). Não chega, por isso, culpabilizar quem reage (leia-se Osvaldo Castro no A Carta a Garcia) a um tal regime de empobrecimento da qualidade de vida e da democracia que ainda temos... porque quem reage, trabalha e não pode continuar a pagar os riscos incomportáveis de decisões políticas que nos transcendem, em nome dos anónimos mercados que são, afinal de contas, os principais demolidores dos regimes democráticos! - "coisa" que, diga-se de passagem, não espanta ninguém!... verdade?!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Uma Democracia Com Falhas não é uma Democracia!

A prestigiada revista "The Economist" considerou hoje, pela primeira vez, que Portugal vive uma "democracia com falhas" (ler AQUI)... a notícia não surpreende a não ser os políticos que vivem da auto-ilusão com a imagem que eles próprios criam e vendem!... é, contudo, muito interessante e importante que a comunidade internacional perceba que as consequências de uma economia improdutiva, hipotecada e resgatada à dependência do exterior não é útil sequer como aliada no plano da política internacional!... e assim, no seio da indiferença subserviente e aquietados pelo medo do desemprego, iremos, de alienação em alienação, perder todas as competências, toda a iniciativa, todo o mérito e toda a liberdade... porque... com fome, não se pensa!... mas, com medo e sem esperança, também não!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Medo...


... este texto de Mia Couto sobre o medo é não apenas belo mas, acima de tudo, importante, verdadeiro e necessário à reflexão de que urgentemente precisamos... para agir!
(via Rui Linhan no Facebook a quem agradeço a excelente escolha e a partilha).

domingo, 18 de dezembro de 2011

Goa e a Queda do Império Colonial Português

Há 50 anos, no dia 18 de Dezembro, Goa foi palco do início da queda do chamado "império colonial português". A este propósito, no jornal Público, pode ler-se num artigo de Constantino Xavier, investigador na Universidade J.Hopkins:
"(...)A Índia eliminou há muito os complexos do passado. Lembro-me da estupefacção entre diplomatas portugueses quando, numa recente visita a Lisboa, um oficial da Marinha indiana enalteceu Goa como símbolo de "fusão dos valores luso-indianos" e se referiu a Vasco da Gama como "o descobridor que nos abriu as portas ao mundo". Isto só pode surpreender se continuarmos a ignorar que a maioria dos indianos se orgulha do que Portugal deixou na Índia.(...)" (via Tim Tim no Tibete.)
Entretanto, na edição online do mesmo jornal, podem ouvir-se antigos soldados portugueses que, à data, estavam destacados em Goa (ver AQUI) e amanhã, no Jornal da Noite da TVI, na rubrica "Reportagem TVI", vai ser interessante ouvir outros tantos testemunhos recolhidos pela jornalista Maria José Garrido. Neste contexto, não posso deixar de referir a lúcida leitura do General Vassalo e Silva, Governador de Goa entre 1958 e 1961, no livro editado em 1975 pela Liber e com coordenação de Botelho da Silva: "Dossier Goa - A Recusa do Sacrifício Inútil". Registe-se que o então Brigadeiro Vassalo e Silva, presente na rendição de Goa em 19 de Dezembro de 1961, foi demitido pelo Conselho de Ministros de Salazar no dia 22 de Março de 1963, na sequência dos desentendimentos sobre a resposta a dar à situação de Goa no início da década de 60 e sobre a qual Vassalo e Silva escrevera: "(...) Acabou tudo. Goa já não é portuguesa. (...)" (pg.96 in ob.cit.). 

Das Pescas em Portugal - ainda uma homenagem a Cesária Évora


... hoje, morreu Cesária Évora... ficámos seguramente mais pobres mas, guardaremos para sempre a sua voz sentida e inigualável, com que, de forma tão bela, cantou, não só a vida e a terra mas, também, o mar!... talvez por isso, a morte da Rainha das Mornas, descalça e inteira, me faça pensar nos pescadores... no mesmo dia em que Portugal conseguiu um acréscimo de 6% nas quotas das pescas, ultrapassando significativamente a barreira de partida da Comissão Europeia que defendia 11% para a sua redução... aumenta assim, para regozijo nacional, no quadro da pesca sustentada, a capacidade de captura de espécies preciosas para a economia (como é o caso do bacalhau, do tamboril, da pescada e do carapau) pela frota pesqueira industrial nacional... mas, se ao facto não é alheia a ruptura do protocolo comunitário de pescas com Marrocos que expulsou das suas águas 100 embarcações da frota de pesca europeia (14 das quais portuguesas), há um outro rosto, mais humano, nesta questão... um rosto de pescadores que, tisnados de sol, sal e luta querem conhecer a tradução desta vantagem na sua vida e na faina da pesca artesanal portuguesa enquanto expressão económica e manifestação cultural que a modernidade não tem o direito de exterminar... (recordo a este propósito o que se pode ler e ver aqui e aqui).

sábado, 17 de dezembro de 2011

Cesária Évora - " Sodade" que nos deixa...

Inesquecível, Cesária Évora foi hoje descansar... felizmente, fica connosco a sua herança, arte maior de um património inestimável onde melodia e afecto construiram a estrutura rítmica que a sua sonoridade eternizou.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Auditoria Cidadã - uma Prática da Democracia Participativa

Amanhã, sábado, dia 17 de Dezembro, a partir das 10h, no Cinema S. Jorge, em Lisboa, a Auditoria Cidadã à Dívida Pública vai desenvolver os trabalhos iniciados ao fim da tarde de hoje com um debate público sobre a temática. Para quem quiser conhecer melhor esta iniciativa e proceder à inscrição que, registe-se!, é gratuita, fica a indicação do respectivo link, AQUI.

Sonoridades Intemporais...

... o final "O Lago dos Cisnes" de Tchaikowsky interpretado pelo Grande Circo da China que dá testemunho, através da inexcedível expressão de uma forma de dançar, do sentido criativo da eternidade da arte...

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Indignados - um Símbolo Histórico para o Século XXI


O Movimento dos "Indignados" mereceu a capa da prestigiada revista "Time" na sua edição da "Pessoa do Ano 2011", a cuja imagem foi associado o texto que justifica o destaque: "Da Primavera Árabe a Atenas, do Ocupa Wall Street a Moscovo"! Deste modo consagra-se o fenómeno social criado pelos Indignados como uma inequívoca marca da História neste final da 1ª década do século XXI... Felizmente!... pelo poder democrático que as nossas manifestações cívicas representam, de forma universal como convém à Humanidade (- e independentemente do que a História tiver que escrever nos anos que se vão seguir)... 

Sonoridades...

Sigur Rós em "All Allright" (via Maria João Fitas no Facebook)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Aquilo de que Merkel fala e do que é incapaz de perceber...

... para tempos agitados e inquietantes, a sonoridade latina de Paco de Lucia que, nesta 2ª parte do "Concerto de Aranjuez", dá uma lição de sensibilidade e sabedoria aos que pensam poder impor a "sua" versão da história, do "seu" poder e da "sua" ideologia... "para sempre"!!!, ainda que essa decisão contrarie, de forma inadmissível em democracia, os interesses e a dignidade dos povos europeus - como o atestam as afirmações de Angela Merkel, há cerca de 15 dias, no mais recente Congresso do seu partido, onde, para lograr obter o apoio dos seus conterrâneos, evocou pretender "castigar os latinos"!!! Não tendo conseguido encontrar as palavras xenófobas e inadmissíveis da Chanceler, cabe aqui referir a fonte que nos deu a conhecer este "cair da máscara" de velhos traumas e síndromas com que a Alemanha muito assustou a Europa do século XX. Foi um homem geralmente bem informado quem o disse, permitindo-nos aceder a considerações preciosas que, de certo modo, evidenciam o perigo da demagogia em "defesa própria" se aproximar do exercício do poder da legitimação autoritária e racista - e que o facto de Merkel estar "a falar para dentro" não pode, de forma alguma!, justificar. Refiro-me a Vicente Jorge Silva que o transmitiu, num dos frente-a-frente do "Jornal das 9", quando Nuno Magalhães referiu o dito Congresso (distanciando-se das palavras da Fraulein: ... ... e se dúvidas houvesse sobre o "polimento" discursivo a que a linguagem política recorre, por razões de conveniência estratégica que urge denunciar, ouçam-se agora as palavras da mesma senhora, desta vez no Parlamento alemão, antes da Cimeira do fim-de-semana passado... e tentem perceber-se as diferenças:

sábado, 10 de dezembro de 2011

10 de Dezembro - Direitos Humanos, Sempre!

Hoje, 10 de Dezembro é Dia Internacional dos Direitos Humanos - a causa incondicional e eterna que felizmente inventámos para atravessar todos os tempos e todos os espaços... para que se não esqueça!

Real Politik Europeia...

(via Vermelho Cor de Alface)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A Saída do Euro

As dívidas soberanas não vão poder ultrapassar os 3% e o défice deve corresponder a 0.5% do PIB de cada país! Além disso, estes limites (que só deixam feliz a narcisista Chanceler Angela Merkel, em contraste com o Reino Unido e a Hungria que não aderiram às mudanças hoje anunciadas, também contestadas pela Holanda e a Finlândia) implicam a sua inscrição nas Constituições nacionais, relegando "de jure" e "de fatu" as soberanias nacionais para 2º, 3º, 4º ou 5º planos e impondo, com muito frágil consenso por maioria qualificada e sem aproximação à pretendida unanimidade a não ser (ainda que com reservas!) entre os que já integram a Zona Euro (e apesar da reunião dos 27 se ter prolongado até às 5h da manhã!!!), a supranacionalidade que se institui, afinal!, por imposição do Directório Franco-Alemão, contra o espírito da Europa Comunitária que os fundadores e a adesão dos Estados-membros subscreveram. Extraordinário é, não só o facto do Primeiro-Ministro se mostrar surpreendido e decepcionado mas, acima de tudo, a afirmação do PS em que se regista a sua tentação em aceitar tal medida, contra a opinião dos mais credíveis analistas e especialistas, como é o caso do Professor Jorge Miranda que, justa e correctamente!, afirma que a inscrição destes limites faria sentido na Lei Orçamental e não na Constituição - até porque, como muito bem diz, o facto desta inscrição ter sede constitucional não implica o seu cumprimento! Para além de sabermos a verdade a que Jorge Miranda se refere, pela experiência própria de mais de 30 anos de democracia (a nossa Constituição garante a todos, entre outros, o direito à educação, à saúde, à habitação e ao emprego; contudo, tal determinação não é, de forma alguma!, cumprida!!!), vale a pena dizer: este pacote de medidas não tem valor absolutamente nenhum para o reforço das democracias e das economias europeias, consistindo exclusivamente num mecanismo de controle político da Europa, destruidor das economias nacionais e da própria UE. Por isso, a única resposta válida a estas imposições é levar à mesa negocial a hipótese de saída do Euro por parte dos Estados-membros (com contrapartidas, como disse Ilda Figueiredo, eurodeputada), até a Alemanha e a França se reconhecerem sózinhas, assumindo a sua vulnerabilidade. (ler aqui)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Leituras Cruzadas...

JMCorreia Pinto no Politeia
João Rodrigues e Nuno Serra no Ladrões de Bicicletas
Luís Moreira no Pegada
Eduardo Pitta no Da Literatura
Francisco Seixas da Costa no Duas ou Três Coisas
Osvaldo Castro no A Carta a Garcia
João Abel de Freitas no Puxa Palavra
Raquel Varela no Cinco Dias
Filipe Tourais no O País do Burro
Manuel Brandão Alves no A Areia dos Dias
Rogério Pereira no Conversa Avinagrada

"Festa dos Livros Gulbenkian"

Até dia 23 de Dezembro, das 10 às 20h, com a qualidade que é sua imagem "de marca", na Fundação Calouste Gulbenkian, está aberta a "Festa dos Livros", uma iniciativa digna de registo. As obras de excelência à venda justificam a visita e se tal razão precisasse de mais motivos, podem acrescentar-se, justamente, não só as sessões de apresentação de livros às 18.30h, com entrada livre, na Cafetaria do Museu (ver aqui o programa) mas, também, os vários produtos inovadores e de requinte que, a preços convidativos, estão disponíveis (latinhas de chá, chávenas, guardanapos de papel, marcadores, blocos de notas com a inscrição da arte e da cultura que continuamos a associar à Fundação)... Como se não bastasse, continua patente ao público, até dia 8 de Janeiro, a extraordinária exposição "A Perspectiva das Coisas - A Natureza-Morte na Europa - Séculos XIX-XX (1840-1955)".

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Afinal, a Europa Social era mesmo uma utopia...

... mais depressa do que poderão ter suposto os mais optimistas, o Directório europeu cancelou hoje o sonho da Europa Social... propondo (exigindo!?!) um novo Tratado para Março (ler Aqui)! Sem receio de chocar os cidadãos, a proposta que hoje foi apresentada para efeitos de preparação da Cimeira das próximas 5ª e 6ªfeiras, afirma que o futuro Tratado estará aberto aos 27 países Estados-membros da União Europeia... apesar de poder vir a ser um Tratado a 17 - se não forem aceites exigências como um défice cujo limite máximo será, na proposta do eixo franco-alemão, de 3% (ler também Aqui).

domingo, 4 de dezembro de 2011

A Fuga de Caxias e o Início do Fim de Salazar...


Decorreram 50 anos desde a famosa Fuga de Caxias (ler aqui) que, em 4 de Dezembro de 1961, surpreendeu Salazar... dias depois, entre 18 e 19 do mesmo mês, aconteceu a Operação Vijay que inaugurou, na Índia, o início do fim do império colonial português (ler aqui)... sinais distantes, no espaço, que prenunciaram a queda do regime de Salazar!... Afinal, apesar de longas, as ditaduras face às quais as resistências parecem perder-se num tempo que, nesses períodos, parece eterno, não são invencíveis... e é por isso, pelo que nos ensinam as dinâmicas da História, que vale a pena alimentar a esperança e insistir em pensar e mudar... o presente! 

Da Ideologia da Crise...

O artigo que aqui transcrevo por considerar que merece a nossa melhor atenção. é de Filipe Luís e foi publicado, no passado dia 5 de Outubro, na coluna "Sexto Sentido" de que é autor na revista "Visão"...
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"A guerra pode ter já recomeçado
A inflamada declaração de Angela Merkel, numa entrevista à televisão pública alemã, ARD, em que sugere a perda de soberania para os países incumpridores das metas orçamentais, bem como a revelação sobre o papel da célebre família alemã Quandt, durante o Terceiro Reich, ligam-se, como peças de puzzle, a uma cadeia de coincidências inquietantes. Gunther Quandt foi, nos anos 40, o patriarca de uma família que ainda hoje controla a BMW e gere uma fortuna de 20 mil milhões de euros. Compaghon de route de Hitler, filiado no partido Nazi, relacionado com Joseph Goebbels, Quandt beneficiou, como quase todos os barões da pesada indústria alemã, de mão-de-obra escrava, recrutada entre judeus, polacos, checos, húngaros, russos, mas também franceses e belgas. Depois da guerra, um seu filho, Herbert, também envolvido com Hitler, salvou a BMW da insolvência, tornando-se, no final dos anos 50, uma das grandes figuras do milagre económico alemão. Esta investigação, que iliba a BMW mas não o antigo chefe do clã Quandt, pode ser a abertura de uma verdadeira caixa de Pandora. Afinal, o poderio da indústria alemã assentaria diretamente num sistema bélico baseado na escravatura, na pilhagem e no massacre. E os seus beneficiários nunca teriam sido punidos, nem os seus empórios desmantelados.
As discussões do pós-Guerra, incluíam, para alguns estrategas, a desindustrialização pura e simples da Alemanha - algo que o Plano Marshal, as necessidades da Guerra Fria e os fundadores da Comunidade Económica Europeia evitaram. Assim, o poderio teutónico manteve-se como motor da Europa. Gunther e Herbert Quandt foram protagonistas deste desfecho.
Esta história invoca um romance recente de um jornalista e escritor de origem britânica, a viver na Hungria, intitulado "O protocolo Budapeste". No livro, Adam Lebor ficciona sobre um suposto diretório alemão, que teria como missão restabelecer o domínio da Alemanha, não pela força das armas, mas da economia. Um dos passos fulcrais seria o da criação de uma moeda única que obrigasse os países a submeterem-se a uma ditadura orçamental imposta desde Berlim. O outro, descapitalizar os Estados periféricos, provocar o seu endividamento, atacando-os, depois, pela asfixia dos juros da dívida, de forma a passar a controlar, por preços de saldo, empresas estatais estratégicas, através de privatizações forçadas. Para isso, o diretório faria eleger governos dóceis em toda a Europa, munindo-se de políticos-fantoche em cargos decisivos em Bruxelas - presidência da Comissão e, finalmente, presidência da União Europeia.
Adam Lebor não é português - nem a narração da sua trama se desenvolve cá. Mas os pontos de contacto com a realidade, tão eloquentemente avivada pelas declarações de Merkel, são irresistíveis. Aliás, "não é muito inteligente imaginar que numa casa tão apinhada como a Europa, uma comunidade de povos seja capaz de manter diferentes sistemas legais e diferentes conceitos legais durante muito tempo." Quem disse isto foi Adolf Hitler. A pax germânica seria o destino de "um continente em paz, livre das suas barreiras e obstáculos, onde a história e a geografia se encontram, finalmente, reconciliadas" - palavras de Giscard d'Estaing, redator do projeto de Constituição europeia.
É um facto que a Europa aparenta estar em paz. Mas a guerra pode ter já recomeçado."
(O original pode ser lido Aqui)

sábado, 3 de dezembro de 2011

Dos "Empaladores" face à Cultura...

Chama-se "Café Mário" e é uma peça de teatro fundada na pura criatividade assente na vida. O encenador é Pierre-Etienne Heymann e os actores são a Companhia do CENDREV, esse património material e imaterial da cultura portuguesa, cuja existência corre sérios riscos de extinção, apesar do trabalho cultural, pedagógico e transversal que desenvolve no Alentejo desde 1975. Como o próprio nome indicia é uma homenagem - uma Grande HOMENAGEM! - a Mário Barradas, o Homem que pegou nas chaves do Teatro Garcia de Resende, (à data desactivado, degradado e destruído) e que, com o grupo de actores que reuniu, limpou e criou o Teatro que se fez Escola de grande parte dos actores portugueses das últimas gerações, distribuindo prestígio e saber e multiplicando capacidades inventivas de criação, realização, encenação e interpretação. O "Café Mário" vai estar em cena até ao dia 18 de Dezembro, em Évora, com teatro, poesia, reflexões filosóficas, políticas e estéticas que têm a voz e o corpo das interpretações notáveis, dignas e emocionantes dos actores do CENDREV. A todos os que puderem, sugiro com convicção: Vão Ver!... e a todos mas, mesmo a todos!, os que acreditam e sabem que a cultura é mais do que dinheiro de bilheteiras, apelo: assinem a petição que podem encontrar AQUI.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Homenagem aos Pescadores de Caxinas

Desaparecidos desde 3ªfeira, nas águas frias do mar das Caxinas, os 6 pescadores foram hoje resgatados vivos!... o drama da vida no mar continua, renovando o rosto e as vozes que apelam ao investimento na melhoria das condições de vida e de trabalho dos pescadores. Pelos pescadores! Pelas mulheres dos pescadores!... e pela economia nacional, revitalizada e capaz de nos resgatar das crises a que a demagogia da dependência nos traz amarrados! Hoje, somos todos Pescadores!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Para uma Epistemologia da Crise...

A crise económica, social e política com que as sociedades europeias se defrontam não decorre do que se pode designar por "falhanço das ciências sociais" - tese sugerida num oportuno comentário do Porfírio Silva ao post anterior. Pelo contrário, na minha opinião, a crise decorre de uma negligência intencional no uso e recurso a um saber técnico e tecnocrático sustentado através de dinâmicas que, em última análise e em detrimento do conhecimento científico, viabilizam a eficácia da manipulação dos interesses financeiros (em termos de controle dos movimentos de circulação dos capitais)... e se esta lógica funciona é porque aos interesses instalados em que se integra a comunicação social, as explicações simplistas servem de justificação para o legitimar dos enquadramentos "teóricos" das medidas que, enunciadas sob a aparência de uma pretensa racionalização científica (que, regra geral, ninguém problematiza), servem de caução à tomada de decisões. Na verdade,  não foram os cientistas sociais a criar, implementar e desenvolver estas dinâmicas económicas, sociais e políticas... quando muito, foram os protagonistas políticos sob pareceres e "estudos" pretensamente científicos, feitos por pessoas que se pensam e se intitulam (ou se deixam intitular) como "cientistas sociais" que serviram de justificação e fundamentação aos regimes... o que é, de facto, muito diferente do que devemos entender e entendemos por "espírito científico"! De facto, na minha perspectiva, a crise, a desigualdade, a injustiça e a desinteligência processual decorrem da ausência de espírito científico, contrário ao saber que socialmente nos é apresentado como tal e que mais não é do que generalização abusiva, retórica e estatística deficientemente interpretada - instrumentos que têm servido de "pseudo-ciência" para validar a vigência da orgânica económico-social e política contemporânea. Entretanto, como escrevi em resposta ao comentário do Porfírio que muito agradeço!, penso que esta é uma das feridas em que se deve colocar o dedo: repensar e esclarecer a relação entre epistemologia, ciências sociais, política e desenvolvimento.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Da Austeridade ao Ressuscitar Dos Dilemas Históricos...

O que diariamente se vai tornando uma evidência, ficou hoje caucionado nas palavras do Professor Jorge Miranda sobre o indiscutível risco de "desagregação da Europa" (ler Aqui). No mesmo dia em que a agência de notação Moody's ameaça baixar o rating de 87 bancos europeus e de todos os países da Zona Euro... como se não bastasse esta crise que, já sem tibiezas, ameaça a Itália, a Bélgica, a Espanha, a França e a própria Alemanha e a que acrescem não só as preocupações dos EUA mas, também, a reiterada afirmação do FMI que continua a alertar para o facto de nenhum país ser imune à hecatombe provocada pelos mercados!... Por tudo isto, torna-se, cada vez mais, incompreensível a ausência de medidas políticas e económicas ou até de recomendações dos organismos internacionais no sentido de promover e privilegiar o reforço dos aparelhos produtivos nacionais... porque, sem esse reforço, nenhum país poderá sobreviver e nenhuma economia poderá garantir a subsistência das suas populações sem um empobrecimento radical e generalizado da sociedade. Evidencia-se assim a completa ausência de legitimidade, no sentido da razoabilidade ou da eficácia, das medidas que pretendem evocar a necessidade de aumento de produtividade com a imposição de mais 30m de trabalho diário ou o aumento da taxa do IVA em sectores estratégicos como a restauração que, a troco da subida efémera de mais dinheiro fácil para reduzir a despesa pública, implicam, por um lado, a redução da produção nacional e do poder de compra dos cidadãos e, por outro lado, o aumento do desemprego, da pobreza e da violência social. Das duas uma: ou os economistas não percebem nada da ciência em que se pensam especialistas ou estão todos, economistas e políticos!, empenhados em deixar as populações europeias servir de isco à fome dos monstros esfaimados dos mercados que, sem rosto, devoram países e pessoas.... moral da história: ainda têm dúvidas sobre o facto de não ter acabado a História, nem o antagonismo de classes ou sequer o confronto das ideologias? 

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Das Verdades como Matéria para Mentiras...

Vendem-nos mentiras para nos obrigarem a ignorar a Verdade e a aceitar as ilusões gratuitas com que nos compram a alma. Até quando?... e quão longe vão nesta loucura ignóbil? Vale a pena ouvir até ao fim os exemplos que nos traz Eduardo Galeano: (via Entre as Brumas da Memória)

domingo, 27 de novembro de 2011

Leituras Cruzadas...

Hoje, é, simplesmente!, assim:
XPTO no AL-TEJO
Rui Bebiano no A Terceira Noite
Paulo Guinote no A Educação do Meu Umbigo
Vital Moreira e Ana Gomes no Causa Nossa
Graza no ARROIOS
Ferreira no On The Road
Bruno Santos Ribeiro no MOESCOR
T.Mike no Vermelho Cor de Alface
Rogério Pereira no Conversa Avinagrada
... com votos de Parabéns ao João Ricardo Vasconcelos e de uma vida longa ao Activismo de Sofá :)

Fado - A Singularidade Universal do Canto

O FADO é, a partir de hoje, reconhecido pela comunidade internacional que a UNESCO simboliza, Património Imaterial da Humanidade. Portugal fica Maior e a Cultura também!

"Reza" de Argentina Santos:

"Sei de um Rio" por Camané: "Cansaço" por Ana Moura: "Um Homem na Cidade" por Carlos do Carmo: "Acho Inúteis as Palavras"... por Amália Rodrigues, Embaixadora do Fado, cuja religiosidade cantada, na voz e na vida, ilustra a raiz do que, hoje, a comunidade internacional reconheceu:

sábado, 26 de novembro de 2011

Fado - Alma Portuguesa, Património da Humanidade


... na Voz de Argentina Santos, a Diva que Canta por Dentro, Rasgado e Baixinho, o Sentir da Alma Colectiva, em Português...

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Pela Eliminação de Todas as Formas de Violência

Em 1999, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o dia 25 de Novembro como Dia Internacional pela Eliminação de Todas as Formas de Violência contra as Mulheres (LER AQUI)... e se é verdade que a Violência Social e Doméstica afecta mulheres, homens, idosos, jovens, crianças e adolescentes, é um facto que o maior número de vítimas são mulheres... Em 5 anos, morreram em Portugal 176 mulheres, vítimas de violência doméstica!... e a maior parte destas mortes ocorreu em contexto familiar e mais especificamente, no âmbito das relações interpessoais de natureza conjugal. Por isso, hoje, foi lançada a Campanha Nacional Contra a Violência Doméstica 2011. Vale a pena ver... e reflectir!

Da Identidade Cultural como Património Imaterial da Humanidade

A diversidade cultural é o registo identitário da Humanidade. ADN da especificidade da nossa estrutura organizacional, o património imaterial tem sido reconhecido pela UNESCO para que se conservem e protejam alguns dos mais carismáticos símbolos das mais conhecidas produções culturais planetárias. Hoje, no momento em que se cumprem 25 anos sobre a elevação do Centro Histórico de Évora a Património da UNESCO, Portugal tem uma candidatura forte e prestigiada internacionalmente para que o FADO venha, também, a ser reconhecido como Património da Humanidade! (VER E LER AQUI)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Da Greve Geral ao "Lixo Financeiro"...

A Greve Geral de hoje, 24 de Novembro, registou, conforme o previsto, a grande adesão dos cidadãos à iniciativa. Infelizmente, frente à escadaria da AR, os confrontos entre polícias e manifestantes (de que as centrais sindicais, CGTP e UGT, já se distanciaram), ensombrou o final deste dia de manifestação cívica (ler aqui)... porém, como se não bastasse, além da nova agência de notação financeira chinesa, a Fitch baixou o rating de Portugal em 2 níveis para a classificação de "lixo financeiro" (ler aqui). Torna-se agora incontornável a face da guerra dos mercados que se tornou insustentável. Até quando continuará a política a limitar a sua acção, numa lógica de assustada subserviência, à obediência a este tipo de avaliações destituídas de legitimidade socio-económica, é o problema que se coloca às sociedades e às democracias ocidentais contemporâneas... e o negligenciar da resposta adequada a esta pergunta significa a disposição em aceitar o crescimento vertiginoso da pobreza e, consequentemente, o aumento exponencial da violência!... 

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Greve Geral - 24 de Novembro

Porque sem a voz dos cidadãos, regressaremos mais depressa a um estado de servidão e de pobreza que nos aproximará das economias miserabilistas e do despotismo político característico das sociedades europeias anteriores à democracia... Porque sem a demonstração do descontentamento social e da indignação colectiva será cada vez menor o investimento no desenvolvimento real das condições de vida dos trabalhadores... Porque sem exigências sociais, o desemprego subirá muitissimo mais - já que as tecnologias e os mercados cada vez têm menos pejo em exibir o facto de não precisarem de mão-de-obra e da sua disposição ser apenas a de a comprar a preços mínimos, incompatíveis com o que se estabeleceu como patamar da dignidade humana... Porque sem o exercício da reivindicação pública, a Europa e a ideia de um federalismo previsivelmente próximo adquirem maior legitimidade para invocar a ausência de oposição cívica às políticas financeiras que vão tomando o comando das economias... Porque sem o Povo na Rua, os políticos não inverterão o sentido das suas visões socialmente minimalistas, centradas nos fluxos de capitais e não irão enveredar pelo caminho imperioso do investimento nos aparelhos produtivos nacionais e na autonomia económica, indispensável à capacidade de permanecer e negociar nos mercados!... Porque sem a alteração estrutural do pensamento político e económico dominante não voltaremos ao caminho que nos garante chegar a uma sociedade melhor para todos!    

"Nau Derivante"...


nau derivante from Pedro Davim on Vimeo.
Valorizar e revitalizar a autonomia económica, defender a identidade cultural e promover o património... hoje, com "Nau Derivante" de José Meireles... um filme sobre a pesca do arrasto, em Espanha.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Mais eurobonds, mais federalismo... e depois?

As previsões anunciam os que se seguem: Hungria, Espanha, França, Bélgica. Por isso, para além dos "eurobonds" pelos quais já optou o Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e da reivindicação, também anunciada!, de revisão dos Tratados e do assumir de mais federalismo a que os Estados-membros serão conduzidos, a realidade, avisada!, diz-nos que tudo isso serão meros "remendos" para as sociedades, cujas dívidas soberanas decorrem de economias assentes num endividamento que se julgou controlado mas que, só planificadas, no contexto de uma perspectiva regional (europeia) integrada, poderão encontrar formas de recuperação... ainda que tenham que se afastar das lógicas especulativas dos mercados financeiros - cujo domínio decorre, apenas!!!, da vigência de realidades virtuais em que só acredita quem quer... e quem quer são, exclusivamente!, os investidores anónimos internacionais, cujas margens de lucro dependem da redução dos custos de produção e, consequentemente, da mão-de-obra... que somos, afinal!, todos nós!

E a Espanha aqui tão perto...

... também nos não deixa outro remédio senão o de nos confrontarmos com os índices de realidade dos dias... e pronto!... as massas continuam a decidir a alternância em processos eleitorais, sempre que o descontentamento económico se torna insustentável... entre a racionalização no campo especulativo do aparentemente "possível" em termos da evidência ideológica de uma desejada mudança, foi agora a vez dos espanhóis voltarem a insistir na solução sem saída que consiste no repetir governações iguais a si próprias, anquilosadas e sem hipótese de vincular a esperança à realidade... entre a necessidade de contestar a realidade actual e a ausência de uma representação credível no que às alternativas políticas diz respeito, a Europa "soma e segue" no caminho do passado -e talvez só eleições em França possam inverter a tendência geral de opção pelo quadrante político mais conservador e defensor dos mercados... verificamos entretanto, também por isso, que continuam válidos os ciclos da alternância a que se reduziu a democracia!... "até quando?" - é a pergunta do dia... e considerando a dimensão e extensão da crise, quanto ao pensamento, fica a questão: e se um dia, definitivamente, os cidadãos deixarem de dar crédito à alternância... e às eleições?

sábado, 19 de novembro de 2011

Da Crise da Democracia na Europa à Comissão da Verdade no Brasil...

Os Crimes Contra a Humanidade não prescrevem! Não podem prescrever! Não podem prescrever porque são as pessoas que justificam a existência social e sustentam economias, políticas e culturas e, nesse sentido, nada justifica a perseguição sem tréguas, a tortura e a morte dos que, por expressarem uma opinião diferente ou por, simplesmente, estarem expostos à determinação do poder abusivo, são vítimas de um  poder abusivo que se legitima com o silêncio e a extinção dos adversários e dos excluídos que, sem culpa formada, servem de bode expiatório à diversidade das formas de autoritarismo. É, por isso, extremamente importante relembrar as vítimas e esclarecer os processos colectivos desta criminalidade, particularmente em contextos em que a realidade económica multiplica as taxas de desemprego, de pobreza, de empobrecimento e, justamente, da contestação social, dado o risco de endurecimento da intervenção policial e, quiçá!, a ascensão ao poder de ideologias cada vez menos democráticas (a actualidade dos casos da Grécia e da Itália, com a nomeação dos governos não eleitos, é uma realidade a que deveriamos dar muito mais e melhor atenção!!!). E se a Espanha deu um extraordinário exemplo (que, apesar de ter feito vítimas, todos tentaram relativizar vendo o particular sem atender à essência da questão e remetendo o facto para o capítulo dos "fait-divers" culturais e patrimoniais) com a abertura da investigação das valas comuns das vítimas do regime franquista (ler aqui) e a criação do processo Memória Histórica (ler aqui), é agora o Brasil, através da Presidente Dilma Rousseff, que institucionaliza a investigação dos crimes da ditadura militar brasileira entre 1946 e 1988, com a criação da Comissão da Verdade (ler aqui). A iniciativa mereceu, justamente!, o elogio das Nações Unidas (ler aqui). 
(Imagem: Monumento Contra a Tortura, Cidade de Recife, Brasil)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

As 3 Notícias do Dia...

A 1ª refere-se à progressão da crise que tocou agora o maior protagonista dos que andaram a propor a "Europa a Duas Velocidades" e consiste no anúncio que, hoje, foi feito: a agência de notação Moody's baixou o rating de 12 bancos alemães!... a 2ª quase surpreende pela "latitude" da sua incidência: Duarte Lima e o filho foram detidos no âmbito do caso... BPN!... finalmente, a 3ª decorre da intervenção de Miguel Portas no Parlamento Europeu (via Ferreira On The Road):

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Sonoridades Intemporais...

... A valsa de Tchaikovsky em "A Bela Adormecida".

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Palestina - Direitos de um Estado reconhecido há 64 anos!

Vale a pena relembrar que, em 29 de Novembro de 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas adoptou a resolução 181(II) que preconizava a partilha da Palestina em dois Estados – um judaico e um árabe – com um estatuto especial para Jerusalém. Contudo, tal Resolução nunca foi cumprida no que respeita à criação do Estado Palestino, razão que justificou, em 1977, 30 anos depois, a adopção pela Assembleia Geral da ONU de uma outra resolução (32/40B) que apelava à celebração do dia 29 de Novembro como o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina. Este ano, no 64º aniversário da resolução 181, em resposta ao apelo da ONU, o MPPM assinala a efeméride com um conjunto de iniciativas, integradas nas JORNADAS DE SOLIDARIEDADE COM A PALESTINA 2011, cujo programa pode ser conhecido AQUI.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Política, Economia e Economia Política - O Triângulo da Superação da Crise

"Não vale a pena chorar sobre o leite derramado" - diz, com razão, a sabedoria popular... por isso, para além da constatação da incompatibilidade entre os interesses sociais e as lógicas contemporâneas dos mercados (cujo rosto nos é acessível quase só através das agências de rating), o que importa é que a comunidade internacional regule as relações entre economia e política... porque a raiz do problema reside na dupla subalternização, cada vez mais acentuada, da economia à lógica financeira e da política a esta organização, essencialmente, económico-financeira, contrária à orgânica económico-social de que as sociedades humanas dependem para proverem às necessidades das pessoas... Por esta razão, enquanto a União Europeia e o respectivo governo económico não adoptarem um modelo de economia política, respeitador da regulação social (através de uma acção política promotora do desenvolvimento social e do crescimento sustentado de uma riqueza nacional assente no investimento direccionado para uma produção também ela sustentada nacional e regionalmente)  a crise não será debelada e as condições de vida dos cidadãos não recuperarão do duro golpe que os tempos que correm, lhes inflige... sem fim à vista - registe-se!

domingo, 13 de novembro de 2011

Da Rua aos Sindicatos e à Igreja - A Lucidez Colectiva Contra a Crise


Quando o FMI avisa que nenhum país está imune à crise, tanto tempo depois da mesma ter eclodido e enquanto se sucedem quedas de governos (islandês, irlandês, português, grego, italiano), os cidadãos não podem deixar de fazer ouvir a sua voz, sob pena da cegueira e da surdez dos responsáveis políticos nacionais, europeus e internacionais se tornar absurdamente irreversível, distraídos que tenderão a ficar no contexto do mundo das finanças, dos negócios e da diplomacia. Importa, por isso, fazê-los "descer à terra" para que se não esqueçam que só um factor e um objectivo reais sustentam o poder: a sociedade feita pelo conjunto de pessoas que integra a sua população... e são as pessoas que terão de manter firme o grito de alerta a que, por natureza, têm direito e que, felizmente, a democracia lhes consagra... e se as manifestações são o rosto público deste exercício (ouvir e ler aqui), a reflexão e o debate são, também, indispensáveis - desde que, naturalmente!, não sujeitos ao tal velho princípio do "temos maneiras de vos fazer pensar" e se promova a discussão pública orientada no sentido de desmobilizar a crítica socio-económica e político-cultural, amortecendo as expectativas e derrotando a esperança, dimensões sem as quais se perde o empenhamento colectivo indispensável à recuperação da confiança e ao investimento social no desenvolvimento dos países.   

Sons Femininos...

... "Canção do Mar"... na voz, incomparável!, de Dulce Pontes...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Crescer e Aprender entre Ecos e Reflexos...

Vivemos numa caixa de ressonância rodeada de espelhos… é por isso que permanecemos nas margens do entendimento, face a uma verdade que permanece oculta porque insiste em nos escapar entre os dedos, fugaz e furtiva, como a areia das praias que não há… persistimos assim na repetida projecção de infinitos déjà vu/déjà vécu e inventamos um espanto que, ao invés de surpreender, nos faz sorrir. Porém, para que as crianças se não percam na cinza dos dias e possam, de facto, inventar a alegria de viver, é fundamental que sintam apoio ao longo do processo de crescimento com que se debatem, na solidão estranha ao ruído dos tempos... porque crescer é aprender o discernimento e é esta aprendizagem que a cultura e a educação podem ajudar a cumprir, em nome da construção da liberdade e da autonomia individual de que os mais jovens precisam, para enfrentar sem medo o futuro incerto.
(Este post, ilustrado pelo belo tema "Teach Your Children" dos Crosby, Stills, Nash and Young, decorre da associação de ideias que a minha amiga M.José, educadora infantil e dinamizadora cultural, acabou por me induzir, através do comentário ao post que se pode rever aqui e que emergiu de um evento cuja organização se lhe deve e que referi aqui).

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

"Na Teia do Polvo" - Economia e Cultura

Portugal precisa urgentemente de repensar o tecido económico para que a revitalização social seja possível. Incontornável é, por isso, investir e qualificar o aparelho produtivo nacional de que se destaca, pela competência de um saber que radica na tradição secular, o sector das pescas. Contudo, apesar da riqueza ímpar que as técnicas piscatórias representam no que ao património etnológico e cultural diz respeito e do significado económico que a pesca pode representar para a vida económica nacional, os pescadores assistem, justamente inquietos, à degradação das suas condições de vida e de trabalho decorrente da gritante desvalorização de uma actividade económica votada a um lento, mudo mas, progressivo abandono. Neste contexto e porque não podemos continuar a dissociar economia e cultura (sob pena de contribuirmos decisivamente para a destruição não só do aparelho produtivo nacional mas, também, para a extinção das práticas culturais regionais que denotam a nossa singularidade identitária), torna-se particularmente interessante e oportuna a sessão de cinema documental que a Cinemateca Portuguesa proporciona esta 5ªfeira, dia 10, às 21.30h, na sala Dr.Félix Ribeiro, com a projecção de dois filmes realizados por José Meireles, cuja natureza etnográfica vale a pena destacar: "Na Teia do Polvo" (ante-estreia) e "Afurada - Cerco com Tucas" e da qual dá nota a respectiva sinopse: "Em Na Teia do Polvo, José Meireles regista o quotidiano dos pescadores da freguesia de Santa Luzia, Tavira, no sotavento algarvio, «um saber transmitido de geração em geração que corre sérios riscos de desaparecer.» O filme foca as várias formas de capturar o polvo e da evolução ao longo dos anos, as características da comunidade, como a emigração ou a sua ligação à Ria Formosa, incluindo testemunhos de pescadores que criticam «a forma como tem sido gerida a política de pescas e manifestam a sua desilusão perante a situação moribunda a que chegaram.» Filmado com pescadores da Afurada, em Vila Nova de Gaia, Afurada - Cerco com Tucas documenta a técnica de cerco, o quotidiano da faina e aspectos socio-antropológicos da comunidade. «Fazendo um paralelismo com algumas dezenas de anos antes no mesmo local, revela-nos muito claramente a agonia da pesca artesanal e as agruras que, cada vez mais, limitam a sobrevivência destes pescadores».". A sessão conta com a presença do realizador.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Igualdade de Sacrifícios versus Oportunidades Sinistras...

Já o disse várias vezes mas, de facto, há realidades que requerem uma atenção redobrada... é o caso da proliferação das lojas de compra de ouro ao preço da chuva , a mais tétrica e clara sintomatologia da dimensão da crise que, acreditem!, se não estivesse para durar, não justificaria o elevadissimo número destes estabelecimentos onde se vende e compra o desespero humano... mas, não!, o cenário não é novo e repete-se em épocas de empobrecimento e conflitualidade social... talvez por isso, a sua presença no espaço público seja tão assustadora!... afinal, segundo conta a História e a memória o evoca, esta é uma característica dos tempos de guerra e, em particular, dos que a antecedem... Ora, avaliar os sinais é o que se requer não apenas à sociedade civil e à economia mas, acima de tudo, à política. Por isso, numa altura em que uma espécie de espesso silêncio paira sobre os dias, é digno de registo o alerta a que D. José Policarpo deu voz (ler aqui), bem como a proposta de Rui Rio relativa à alteração do anunciado corte dos 2 subsídios (férias e Natal) dos trabalhadores do sector público (ler aqui) - refira-se a este propósito que o PS também reivindicou a continuidade de pagamento de, pelo menos, 1 dos dois referidos subsídios sem, contudo, ter clarificado a fórmula que defende para que o Estado encontre forma de a viabilizar!... Considerando que a situação económico-social dos portugueses é demasiado grave para poder ser demagogicamente utilizada, as propostas alternativas a apresentar devem ser responsáveis e plausíveis e é por isso que a sugestão do Presidente da CMPorto de se diluir o montante a arrecadar com um dos subsídios dos funcionários públicos pelo IRS da totalidade dos contribuintes, surge como sensata e mais equitativa, não discriminando e agravando mais a vida dos que trabalham no sector público - cuja maioria, ao contrário do que se possa pensar, não tem altos salários e trabalha muito mais do que se instituiu nas representações socio-mediáticas, com o objectivo de encontrar no denegrir dos serviços públicos, o bode expiatório dos problemas do país e/ou a justificação da defesa do sector privado... Que toda a argumentação seja legítima é uma coisa mas, que sirva para, de facto, sacrificar essencialmente uma faixa específica da população activa, é outra... não só muito diferente mas, previsivelmente, muito negativa num futuro que se aproxima a grande velocidade. 

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Actualizações...

(via Maria de Lurdes Mateus no Facebook)

domingo, 6 de novembro de 2011

Leituras Cruzadas...

Os dias correm difíceis e o panorama de sugestões para a mudança não oferece credibilidade nem confiança... nem aos mercados, nem aos cidadãos! De facto, continuamos apenas a assistir (apesar do tom de voz dos protagonistas se ter alterado do lamento pedagógico para a determinação exaltada, a raiar o autoritarismo já indisfarçável) a uma repetição que mais parece um eco gravado sobre a necessidade de mais austeridade (eufemismo já encarado como banal, face à brutalidade das decisões e opções político-económicas) enquanto ouvimos, sucessiva e cansativamente, o mesmo padrão de diagnóstico dos problemas que cruzam fronteiras e avançam sem nacionalidade (apesar de serem os países que vão, um após o outro, entrando na linha de devedores deste défice - que, a não ser estrutural em todos eles, se não poderia revelar com a acutilância que é, agora, finalmente!, assumida). As opções alternativas são, por isso, não só urgentes mas, indispensáveis e disso dá nota a constatação do próprio Sarkozy (!!!) sobre a falta de liderança europeia... É, por isso, crucial que os cidadãos e os políticos percebam e assumam definitivamente que os "remendos" que estão a ser adoptados, para além de sacrificarem a vida societária que conhecemos e quereriamos aperfeiçoar, mais não fazem do que prolongar a crise a que chegámos, alimentando os mecanismos do lucro e da circulação de capitais que lhe deu origem... E, para quem acredita na democracia representativa, só há uma forma de resolver a questão: encontrar organizações (partidos, movimentos, associações ou outras) susceptíveis de, em eleições, serem votadas para a concretização de programas efectivamente diferentes mas, necessariamente!, viáveis, plausíveis e sustentados... contudo, é aqui que nos confrontamos com o cerne da questão: até agora, nenhuma organização foi capaz de apresentar alternativas que justifiquem a confiança técnica, política e cívica das pessoas! ... e, até lá, estamos condenados a este círculo vicioso que mais faz lembrar o velho mas, afinal de contas!, sempre actual, Mito de Sísifo. Deixo, por tudo isto, algumas interessantes sugestões de leitura que, cruzadas, concorrem para a reflexão colectiva e empenhada para que a realidade nos convoca: 
Eduardo Graça no Ir ao Fundo e Voltar
JMCorreia Pinto no Politeia
Francisco Seixas da Costa no Duas ou Três Coisas
Donatien no Donatien Alphonse François
Manuela Silva no A Areia dos Dias
Val no Aspirina B
João Ricardo Vasconcelos no Activismo de Sofá
Nuno Sotto Mayor Ferrão no Crónicas do Professor Ferrão
Miguel Abrantes no Câmara Corporativa
Osvaldo Castro no A Carta a Garcia
Palmira Silva no Jugular
Paulo Pedroso no Banco Corrido
Manuela Araújo no Sustentabilidade é Acção
... e a oportuna evocação de Camões no Poet'Anarquista.

sábado, 5 de novembro de 2011

Sons Femininos...

... Sinead O'Connor e o tema "Nothing Compares To You".

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Da tragédia grega à realidade europeia...

Afinal, o referendo com que Papandreou assustou a zona euro e o panorama político-partidário grego, pode até nem acontecer... a ameaça de chamar os cidadãos a uma pronúncia pública, com carácter vinculativo!, permitiu o revelar das evidências: a prepotência do directório franco-alemão (faz-me lembrar o directório napoleónico - vá lá perceber-se porquê!!!) que, sem rodeios, indicou a porta da saída (não prevista nos Tratados, registe-se!!) da própria UE a um dos seus Estados-membros e, por outro lado, a incapacidade dos Estados-membros, tal como os conhecemos (isto é, de acordo com as lógicas das suas actuais governanças), desistirem do euro (se assim não fosse, não se justificaria a apresentação de disponibilidade para a coligação governativa manifestada pela Nova Democracia relativamente ao PASOK!)... claro que o risco assumido por Papandreou foi (ou é) grande - porque corre, de facto!, o risco de ver "cair" o Executivo que dirige... mas, a tragédia é o que é e aborda sempre, sem medo, os extremos e os limites - e nisto do teatro, a tragédia grega continua a ser, por excelência, a linguagem da alegoria sociológica no plano político, cívico e cultural... Contudo, como bem dizia, há pouco, Teresa de Sousa no "Hoje" da RTP2, a questão grega (apesar do que nos têm querido fazer crer, atribuindo-lhe os custos da recuperação da estabilidade da zona euro) é só um pequeno problema da UE... porque o grande problema aproxima-se a passos largos e chama-se Itália -cuja subida das taxas de juro anuncia os próximos capítulos de uma crise longe do fim... E se o pior de tudo é o preço deste jogo de espelhos cujo rosto é, por ora, principalmente grego mas que nos custa a todos condições de vida e direito ao trabalho... vale a pena destacar que, também aqui, há lições muito positivas e interessantes a retirar: por exemplo, a consciência do poder do exercício da liberdade democrática quando vem à rua e se manifesta.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

De Slavoj Zizek ao Referendo Grego...


... a propósito do referendo que o governo grego pretende realizar sobre o perdão da dívida do seu país pelas instâncias internacionais e as recorrentes questões relativas à continuidade das medidas de austeridade e à permanência da Grécia na zona euro, ocorreu-me esta entrevista de Slavoj Zizek sobre a "plasticidade" do capitalismo... provavelmente, por não estar assim tão segura de que os gregos votem NÃO - já que a sua saída da moeda única europeia poderia significar, no curto e, quiçá, no médio prazo, maiores dificuldades à vida dos cidadãos... por isso, penso que todo o alarde à volta da anunciada medida de Papandreou mais não é do que o contributo político que o próprio pretende para que, afinal!, vença o SIM... porque a crise, se me permitem!, está para durar e, por ora, para descontentamento de todos, continuamos apenas a assistir à estratégia e às táticas de preservação do poder dos que defendem a lógica de gestão socio-económica e financeira que nos conduziu até aqui.

Da História por Contar...

... um filme que deixa a sensação de se ter acabado de ler um grande livro! Indiscutivelmente, a não perder!

Sonoridades Intemporais...

Com a magistral participação de Horowitz, esta é, provavelmente, a melhor interpretação deste Concerto para Piano de Mozart que o Eduardo Graça teve a feliz ideia de partilhar no Absorto.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A Palestina na Unesco - Cultura e Educação para (quase) Todos

A Palestina é membro de pleno direito da Unesco! Felizmente! Finalmente!... e a vitória diplomática pertence, justa e merecidamente, à Autoridade Palestiniana. Entretanto, porque as histórias, mesmo quando terminam bem, arrastam sombras pouco protectoras, ficamos a saber que, para vã glória de Portugal, o representante nacional optou pela abstenção, ficando agora sem poder partilhar desta alegria que é de todos - excepção feita, naturalmente!, a Israel que aproveitou o dia para anunciar o aumento do seu arsenal nuclear (!!!)... e ainda, à velha tradição norte-americana que, para desilusão de muitos que jamais esperariam uma tal atitude da Administração Obama, decidiu deixar de financiar a maior organização internacional de apoio à educação e à cultura... Moral da História: apesar dos velhos do Restelo do lado de cá e de lá do Atlântico insistirem no pior da tradição, a História e a Humanidade continuam a ter lugar para a Cultura, a Educação e a Paz.

Halloween?! - Estórias de um País Pequeno...

Observação: A dimensão física do país não é para aqui chamada...

domingo, 30 de outubro de 2011

Viagem pela Perspectiva das Coisas...


O conhecimento, como a arte e cultura, não ocupam lugar mas enriquecem, sempre!, o ser, o pensar e o sentir... por isso, a viagem que, até dia 8 de Janeiro de 2012, nos é proporcionada pela Fundação Calouste Gulbenkian, é um momento de excelência no panorama cultural português. Intitulada "A Perspectiva das Coisas. A Natureza Morta na Europa", a exposição percorre um século de pintura (1840 - 1955) e integra os nomes mais célebres dos Mestres da segunda metade do século XIX e da primeira do século XX, de Monet, Cézanne, Van Gogh e Gaugin a Picasso, Braque, Matisse, Magritte e Dali. Obviamente, a não perder!