quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A Realidade do Desemprego e a Efemeridade Política...

O desemprego atingiu, em Portugal, 12,3% enquanto, na União Europeia, a taxa média permanece nos 10%. O perigo que paira sobre a Europa decorre da potencial habituação aos dois dígitos desta taxa que os mercados, a política e a comunicação social podem desenvolver nos cidadãos, reduzindo a capacidade de empenhamento no contrariar de uma tendência que arrastará o chamado mundo desenvolvido para a violência e a pobreza, como se de uma inevitabilidade se tratasse. Não é uma inevitabilidade! Não é! E é possível reagir à crise de forma consistente e alternativa... o que falta é a determinação de uma vontade política concertada, capaz de alterar a lógica das redes da interdependência político-económica... mas os políticos contemporâneos amedrontam-se perante o poder dos mercados e deixam que as populações sucubam às mãos do horror de um mecanismo financeiro que eles próprios criaram... agora, face às previsões do curto (ler aqui) e médio prazo (ler aqui) e ao aumento anunciado do ritmo da austeridade económica, os cidadãos sentem-se náufragos sem esperança porque, de facto!, não está à vista qualquer ponta de terra segura... Arriscamo-nos, por isso, a ser vencidos por um fantasma cuja existência reconhecemos e sabemos, indiscutivelmente, resultar de uma fantasia humana, nascida da desmesurada ambição dos mais ricos que, hoje, ao apoiarem uma taxa sobre os mais altos rendimentos, mais não fazem do que defender a persistência do domínio dos mercados que os enriqueceu... uma vez mais, o futuro está nas mãos dos cidadãos!  

Do Pensar como Caminho para o Fazer...

"Albert Einstein, que não era só extraordinariamente inteligente mas também muito sábio, disse: “O ego é uma ilusão de óptica da consciência”. Sem dúvida semelhante à que nos leva a ver uma serpente onde há apenas um pedaço de corda, acrescenta o Buda. Será possível que todos os nossos tormentos venham de um erro tão estúpido? É.(...)"
(citação extraída de um texto publicado in Tsering)
Imagem: Pintura Aborígene

sábado, 27 de agosto de 2011

Sons Femininos...


... na reprodução de "Air on the G-String" de Bach, por Sarah Chang.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Anna Hazare, símbolo indiano da Luta Contra a Corrupção

Anna Hazare é um activista anti-corrupção indiano que, há 10 dias, iniciou uma greve de fome exigindo a proclamação da Lei Lokpal. Detido em Março passado pela expressão pública da sua opinião contra a corrupção na Índia, a sua mensagem cativou milhares de apoiantes e hoje, considerado já o novo Gandhi, o próprio Primeiro-Ministro Mohammad Singh pediu publicamente a A.Hazare que parasse com a greve de fome (ler Aqui), alegando que a sua vida é demasiado preciosa, para ser posta em causa pelos efeitos que, na sua saúde, terá a decisão de não interromper a greve até estar definitivamente proclamada a Lokpal Bill, indispensável à luta contra a corrupção na Índia. A Lei Lokpal (Lokpal Bill) é um projecto-lei que visa a criação da figura de um mediador da República, responsável pela investigação e fiscalização de políticos e funcionários públicos, funções que Anna Hazare exige extensíveis aos chefes de Governo e aos altos magistrados suspeitos de corrupção. M.Singh, o PM da Índia que lidera um governo de centro-esquerda, já prometeu que o Parlamento examinará "cláusula a cláusula" o projecto-lei apresentado pelo próprio governo mas que procederá de igual modo relativamente a todas as outras versões, incluindo a defendida por Anna Hazare.

Reflexos de dentro...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Ainda Strauss-Kahn e o sistema judicial norte-americano...

A propósito da decisão do MP norte-americano que ilibou D.Strauss-Kahn da acusação de violação da guineense que trabalhava no hotel onde esteve alojado, vale a pena ler o texto de Eduardo Maia Costa no Sine Die.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Do assédio sexual de Strauss-Kahn à América do Presidente Obama

 Strauss-Kahn, ex-director do FMI, saiu ilibado das acusações de violação a uma guineense, empregada no hotel onde esteve alojado numa das suas visitas aos EUA. Após uma primeira avaliação, a magistrada que primeiro o ouviu, aceitou um milhão de dólares e enviou-o para prisão domiciliária. Agora, o Procurador norte-americano responsável pelo processo,  considerou não "dar por provado" que o acto sexual foi forçado e Strauss-Kahn, já conhecido por assédio sexual (repare-se que, neste momento, o homem enfrenta outra acusação em França, desta vez por parte de uma jornalista), foi libertado das acusações, tendo já vindo dizer que o processo foi uma "difícil provação"... enfim!... numa cultura onde os direitos humanos, em termos de género, continuam a ser violados, com grande destaque para a violência contra as mulheres, e a que acresce a tradicional discriminação étnica e económica, a decisão, infelizmente!, não surpreende ninguém. Por isso, a declaração do magistrado não tem eco público senão como mais uma manifestação do desrespeito pela igualdade de direitos e de completa negligência relativamente aos direitos humanos e aos direitos das mulheres... apesar de ser verdade que muita esperança se depositou em que este pudesse vir a ser um caso exemplar na América de Obama... Porém, um olhar atento sobre a sociedade norte-americana dos nossos dias, a cujo conhecimento não estamos habituados a aceder, permitiria que compreendessemos melhor a polémica e infeliz decisão do dito Procurador: porque os EUA estão a viver (ainda que dessa realidade não tenhamos grande informação) um momento em que republicanos e extrema-direita tentam tirar dividendos das dificuldades da actual governação, com base em acusações ideológicas e racistas que acusam o próprio Presidente Barack Obama não só de ser "comunista"(???) como de racismo para com os brancos... pois... no mundo nada é a "preto e branco" e a complexidade dos nossos dias merece a nossa melhor atenção. 

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A Pobreza e a Crise Social - entre a Economia e o Défice Matemático...

Em Portugal, o abandono escolar continua a ser o dobro do que se regista, em termos médios, na UE!... entretanto, talvez por isso mas, também pelos hábitos adquiridos de conquistar certificados de habilitações, copiando ou sabe-se lá mais o quê?!,  no mundo dos adultos, a matemática continua a ser um problema... senão, vejamos: no dia em que se dá a saber que o défice orçamental diminuiu nos últimos 7 meses do ano, anuncia-se a constatação de que as receitas fiscais não chegam para colmatar o que se presumiu necessário - apesar do brutal aumento de impostos a que estamos sujeitos, num vertiginoso continuum cuja escala é, evidentemente!, insuportável para os cidadãos e as famílias portuguesas. Os mercados e a alta finança vivem da ignorância das massas e propõem-nos uma matemática que se pensa como simples aritmética. Contudo, o cálculo financeiro e a economia não são lineares... a questão, de boa-fé colocada, é por isso a de saber se estaremos perante um défice de utilização do conhecimento pelas instâncias económicas e políticas? - ou se, simplesmente!, teremos que voltar a constatar a manipulação arrogante das populações e  a lógica do lucro neoliberal selvagem como único critério da governação económica que as entrelinhas e os próprios enunciados franco-alemães não fazem questão, sequer!, de dissimular?! Ignorante ou cruel - é o que a História se encarregará de decidir sobre a gestão do espaço europeu nestas primeiras décadas do século XXI.

A Líbia a caminho do futuro...



Depois da revolta inscrita na chamada "Primavera árabe" e da guerra sangrenta desencadeada pelo regime de Kadhafi contra os que desafiaram o seu insustentável modelo militar de gestão político-social e económica, o povo da Líbia está a um pequeno passo de se libertar da ditadura, após a conquista de Tripoli e Benghazi  pelos que protagonizaram a resistência e fizeram levantar-se os ventos da mudança (ler aqui). Hoje, um dos líderes da oposição veio pedir sensatez aos cidadãos, ciente de que a violência dos últimos dias precisa de ser gerida com sensatez, para que o futuro corresponda ao que motivou a queda do regime e que tem vindo a acumular apoios internacionais (ler aqui). A palavra está agora na voz e nas mãos da população líbia.

domingo, 21 de agosto de 2011

Sonoridades intemporais...


... não é a primeira vez que aqui partilho "Vltava", a composição de Bedrich Smetana com o título do rio a que cabem os nomes de Moldau ou Moldava, o rio Vltava que o autor também sentiu como Ma Vlast, transcende a dimensão do território e da alma checa e ascende à intemporalidade... como é próprio das águas... e das flores - um dos mais belos lugares onde se materializa a coincidência dos aparentes extremos: efemeridade e eternidade... mas, porque Beleza e Verdade não conhecem o tempo, Vltava será sempre o som e o eco do eterno retorno...

sábado, 20 de agosto de 2011

A Razão dos Indignados e os Exemplos de Cavaco Silva e Vitor Milícias face à Inexistência do PS


Enquanto o Presidente da República expressa a sua discordância com a intenção franco-alemã de vincular a UE à obrigatoriedade de introduzir nas Constituições nacionais, definições relativas ao que, correcta e adequadamente!, Cavaco Silva caracterizou como: "uma variável endógena" referente à orçamentação (vale a pena ler o comentário de João Rodrigues sobre esta matéria!), depois de Londres, é em Madrid que se assume o rosto do descontentamento e da consciência crítica espanhola que, por cá, à falta de uma oposição séria, responsável e consistente (leia-se aqui o comentário de Raimundo Narciso), encontra nas palavras do franciscamo Vitor Milícias a apreciação mais justa e desassombrada que ouvi nos últimos dias, evidente quando afirma, criticando a aparente atenção social do poder que acusa de "assistencialista" para com os mais desprotegidos: "os pobres têm os mesmos direitos -ou mais, porque têm mais necessidades!- que os outros."

Sorrisos numa sombria manhã de Agosto


Um vídeo encantador que encontrei no blogue Tarrafeando de Paulo Sotter... com votos de um sábado feliz :)

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Leituras Cruzadas

Sugiro que comecemos com a referência ao olhar de JMCorreia Pinto no Politeia para nos recentrarmos no essencial da política e da economia contemporâneas... depois, nos textos de Alexandre Abreu no Ladrões de Bicicletas, de Osvaldo Castro no A Carta a Garcia e de Sofia Loureiro dos Santos no Defender o Quadrado, encontramos o pretexto para o desenvolvimento de uma parte significativa do problema; a outra, a nacional!, pode ler-se em chamadas de atenção (ler Teresa Ribeiro no Delito de Opinião e Vitor Dias no O Tempo das Cerejas) e em textos de muito pertinente acuidade (leiam-se os textos de Luís Moreira e de Rogério da Costa Pereira no Pegada)... Vale ainda a pena ler Ariel no Cirandando, Manuela Araújo no Sustentabilidade é Acção e o belissimo texto de Leonor Barros no já citado Delito de Opinião!... hoje, 75 anos depois do assassinato de Federico Garcia Lorca, bloggers de referência assinalaram a recusa do branqueamento da História, trazendo à memória um facto que desconcertou o mundo na crueldade perpetrada pela tirania, a ditadura e a guerra (ler Rodrigo no Folha Seca onde se reunem links de qualidade sobre a morte do Poeta e ainda Carlos Júlio no A Cinco Tons).

Federico Garcia Lorca, Homenagem aos "Indignados" de Hoje...


Há 75 anos, a 19 de Agosto de 1936, Federico Garcia Lorca era assassinado pelos fascistas que fizeram a Guerra Civil de Espanha... mas, do Poeta ficou a memória que nos move e nos relembra que a criatividade, a crítica e a coragem serão sempre uma ameaça aos ditadores... hoje, uma vez mais e mais do que nunca, faz sentido evocar o passado que, com outras vestes e outros rostos, continua a ameaçar os cidadãos e os povos... por todo o mundo, da Ásia à África, da América do Sul à do Norte, do Médio Oriente ao Magreb mas... também na Europa e ainda, também!, em Espanha...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Da Verdade - entre o Sentido e o Significado...

"Pede-se a uma criança: Desenha uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém. Passado algum tempo o papel está cheio de linhas. Umas numa direcção, outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves; umas mais fáceis, outras mais custosas.
A criança quis tanta força em certas linhas que o papel quase não resistiu. Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era demais. Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas: Uma flor! As pessoas não acham parecidas estas linhas com as de uma flor! Contudo a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor, e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas. Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas, são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor!"
(Texto: Almada Negreiros;
Imagem: Wassily Kandinsky)

Da Dignidade... na Poesia...

"Para ser grande, sê inteiro

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive"

                                                  (Ricardo Reis)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

16/08/11 - Uma Data Histórica: do Eixo Franco-Alemão à UE e a Portugal


Angela Merkel e Nicolas Sarkozy reuniram-se hoje e anunciaram, por antecipação à decisão acordada entre todos os Estados-membros, a criação de um Governo Económico da União Europeia (ler AQUI)... e se uma governação económica poderia ser um caminho desejável para os 27, designadamente para os países com economias mais frágeis, o "salto em frente" que Merkel e Sarkozy se apressaram a dar, clarifica os objectivos reais da decisão: proteger as economias alemã e francesa dos efeitos económicos da gestão global da UE. Vale a pena esclarecer que a Alemanha se uniu à França apenas por ser esta economia a que mais garantias dá ("até ver" -e também por isso, a celeridade da decisão bilateral!) de ser uma parceira sustentável para a economia germânica (repare-se que hoje foi divulgada a estagnação económica das 4 maiores economias da UE: alemã, francesa, italiana e espanhola).

O dia 16 de Agosto de 2011 regista para a História o momento em que o princípio basilar da subsidiariedade em que assentou a criação da União Europeia (vinculada por um pretendido espírito de solidariedade), ficou seriamente comprometido pela prioridade do bilateralismo assumido politicamente pelo eixo franco-alemão... das consequências das regras que Merkel e Sarkozy vão impor ao Governo Económico Europeu ficou já anunciada a ameaça dos "tectos" de endividamento a consagrar (segundo as suas próprias palavras) nas Constituições nacionais (!!!), independentemente das conjunturas específicas, determinadas historicamente, pelas estruturas sociais e económicas de cada país!!!... e ainda mais incisivamente, a ameaça relativa ao usufruto de futuros financiamentos comunitários dada a prestação insuficiente do gasto dos fundos disponíveis até agora - e aí, meus amigos!, temos que reconhecer: não gastámos os dinheiros comunitários com rigor e, pior que isso, desperdiçámo-los não só em função de opções de muito duvidosa qualidade e adequação mas, também, devolvendo dinheiro que poderiamos e deveriamos ter investido!... Erro político? Sem dúvida!... ausência de mentalidade técnico-científica? Indiscutivelmente!... cedência a lógicas culturais incompatíveis com a sociedade global? Obviamente!... pois... Pequenos (?!) Erros, Grandes Custos -eis o mais provável título do filme de terror que vamos viver... 

Chorar a Humanidade... entre a Somália e o Mediterrâneo...


Enquanto a Somália morre à fome (ler aqui) e as margens da bacia mediterrânica mal contêm o conflito que, de um lado, explode na Síria e na Líbia a ferro e fogo e do outro, dissimula a proximidade da exclusão económica do "clube dos ricos" dos países que integram as Penínsulas Ibérica, Itálica e do Peloponeso, a imoralidade da economia política do nosso tempo, chegou ao ponto de ver falar contra si próprios (ler aqui) aqueles que mais têm usufruido das suas benesses... entre Humanidade e Humanismo, a diferença continua a ser abissal... até quando?... e a que preço?

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Georges Soros ou a perigosa cegueira de uma certa economia política...

George Soros, o multimilionário que se tem destacado pela análise económica com que tem acompanhado a dinâmica dos mercados, defende a saída "ordeira" do euro por parte de Portugal e da Grécia, por considerar que as dívidas soberanas destes países estão a promover a instabilidade económico-financeira da UE (ler aqui).. a proposta, decorrente da convicção de G.Soros de que esta possibilidade permitiria a sobrevivência da União, feita (não nos esqueçamos!) por um investidor com interesses publicamente conhecidos nos mercados, não é inocente - nomeadamente quando se constata que coincide com as declarações do Banco Mundial que afirma a dimensão inédita de uma nova e perigosa crise na economia mundial, provocada pela crise europeia. Porém, para além de não ser inocente, esta proposta é completamente destituída de sentido de responsabilidade política! É verdade que Georges Soros não é um político (?!) e que a saída do euro poderia ser útil a muitas economias nacionais - se - e apenas se!!- fosse acompanhada de programas de recuperação económica capazes de promoverem autonomamente e sem restrições os aparelhos produtivos de cada país, por um lado, criando emprego e aumentando o ritmo de crescimento da riqueza e, por outro lado, desenvolvendo as políticas externas capazes de rentabilizar as exportações a preços altamente competitivos! Contudo, sem dinheiro e sem investimentos, as economias que ficassem fora do euro dificilmente encontrariam condições financeiras para que tais programas fossem levados à prática com sucesso, representando a saída da "moeda única", no actual enquadramento europeu, a condenação de Portugal e da Grécia à pobreza e à miséria. Além disso e com particular pertinência para a ausência de pensamento político de G.Soros (?!) e ao seu total distanciamento dos valores em que assentou o espírito da construção da UE afecto aos  princípios da solidariedade e da subsidiariedade entre Estados-membros, nada -mas mesmo absolutamente nada!- garante que a saída de Portugal e da Grécia permitiria à União Europeia sair da crise em que se encontra e evitar novos cataclismos económico-financeiros... porque, se a UE, enquanto organização regional à escala mundial, não tem capacidade para ultrapassar conjuntamente as contrariedades de crescimento de duas das mais pequenas economias que a integram, não terá capacidade para sobreviver à medida que se fortalecem as economias dos chamados "países emergentes" que, cada vez mais, ameaçam a tradicional representação do domínio norte-americano e europeu dos mercados. Não considero, por tudo isto e pelo que lhe é recorrente, que a proposta de G.Soros responda à exigência da sustentabilidade política e de eficácia económica de que a Europa precisa... mas, como é óbvio, na sua qualidade de investidor, a G.Soros convém "ganhar tempo" porque "tempo é dinheiro" e aos investidores preocupa-os a instabilidade e o prejuízo imediato que o curso das decisões políticas pode implicar, designadamente quando pensamos na tendência franco-germânica e, previsivelmente, inglesa (vale a pena ler a entrevista do General Loureiro dos Santos ao Jornal i) que aproxima a UE que conhecemos do que, desde o final da II Guerra Mundial, com a Declaração dos Direitos Humanos, andamos a tentar evitar...     

domingo, 14 de agosto de 2011

Da "lisura" de Marcelo...

Defendendo que a questão da decisão legislativa deveria ser "em pacote" para o Estado e os institutos públicos, Marcelo Rebelo de Sousa acabou de dizer, na TVI, que a decisão do governo de fazer preceder as nomeações (quer no Estado, quer nos institutos públicos) da realização de concursos públicos, pode ser (se feita com transparência!), uma medida positiva... mas que, se assim não for!, dado que a decisão final de selecção do nomeado depende do governo, resultará apenas numa forma "mascarada" de se nomear alguém previamente escolhido - deixando perceber que reitera a evidência decorrente do facto das formas democráticas de gestão dissimularem, muitas vezes!, formas autocráticas dessa mesma gestão!... mas, disse mais!... disse até que a nomeação de Santana Lopes para a Santa Casa da Misericórdia é, no fundo!, uma forma estratégica de contornar interesses recíprocos, o que, no caso!, quer dizer: partidários (por um lado, porque interessa ao Governo ter Santana Lopes como aliado e, por outro lado, por interessar a Santana Lopes desempenhar um lugar que lhe aumente o prestígio político ao ponto de lhe poder viabilizar a ascensão à CMLisboa)... interessante!... principalmente porque "Marcelo dixit"!

Sonoridades intemporais...


... "Una furtiva lagrima", do Elisir d'Amore de Donizetti... na voz, quente!, de Plácido Domingo...

Sons com Sentido...


"Tell all the People" dos Doors... e a voz inconfundível de Jim Morrison.

sábado, 13 de agosto de 2011

Desinteligências energéticas...

O aumento do IVA em cerca de 230% nos consumos da electricidade e do gás coloca-nos, antes de mais, perante a questão de perceber a legitimidade e razoabilidade do significado desta tétrica decisão político-económica. De facto, o aumento de 6 para 23% do Imposto de Valor Acrescentado (cuja lógica está devidamente assumida na própria designação desta taxa!) em dois consumíveis correntes indispensáveis à vivência societária em que nos inscrevemos, faz-nos perguntar: estaremos perante uma total desinteligência por parte da "troika", do governo ou de ambos?! Porque o aumento deste imposto implica um aumento tão grande do custo de vida que vai, incontornavelmente, por um lado, bloquear toda a possível poupança doméstica e, por outro lado, aumentar os custos de produção de todo o tipo de bens, a um ponto tal que podemos, desde já, antecipar que, dos ditos 100 milhões de euros "arrecadados" com este aumento de impostos (que não é, de todo!, um corte na despesa mas, isso sim!, um aumento forçado da receita do Estado), pouco se "arrecadará" já que se irá perder no aumento dos gastos de consumo familiar e na perda de competitividade das empresas! ... moral da história: o desespero financeiro das economias nacionais e das instâncias financeiras internacionais é tão grande na sua cega necessidade de responder aos mercados artificiais da especulação que, como quem já perdeu o discernimento para distinguir a fantasia da realidade, até os mais grosseiros erros de cálculo fazem parte da engenharia financeira em que nos envolveram e que nos reduz, enquanto cidadãos, à simples condição de escravos - ora alienados no esforço da sobrevivência, ora excluídos, por deixar de haver lugar para a própria alienação!... surpreendidos com a violência urbana de que a Inglaterra foi o mais recente palco?... lamento informar mas, penso que "ainda agora a procissão vai no adro"...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Leituras Cruzadas...

A propósito da violência urbana manifesta na velha Inglaterra, vale a pena ler os textos de JMCorreia Pinto no Politeia, de Eduardo Maia Costa no Sine Die e de Ricardo Paes Mamede no Ladrões de Bicicletas... porque, de facto, muito do que se tem dito está eivado de uma arrogância assente na pressuposição de que vivemos e devemos viver num mundo ordeiro e "politicamente correcto" nos termos em que o pensa a ideologia dominante - sempre atenta ao proclamar de uma moralidade disfuncional em relação à realidade (leiam-se os textos de Carlos Milheiras no Os Furúnculos de Pandora e de José Simões no Der Terrorist)!... e como se tudo isto não fosse já suficiente para nos amargurar o presente e obrigar à reflexão sobre o futuro, continuamos a assistir ao desenvolvimento de um "trabalho" pretensamente concertado e caracterizado por uma persistente corrosão da debilitada realidade nacional (ilustrada nos apontamentos de Eduardo Pitta no Da Literatura, de Carlos Fonseca no Solos Sem Ensaio, de Vitor Dias no O Tempo das Cerejas e de João Rodrigues no já citado Ladrões de Bicicletas) que apenas nos aproxima mais e mais dessa violência que, com tanta hipocrisia, se condena... Felizmente, a consciência humana não se detém perante o medo (leia-se a notícia que nos chega através de Joana Lopes no Entre as Brumas da Memória) e, por isso mesmo, valha-nos a lucidez que nos serve de referência identitária e nos permite sobreviver ao naufrágio dos dias (leia-se o texto de Fernando Cardoso no Ayyapa Express).   

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Compreender Londres e Manchester... além do medo, da boçalidade e da ignorância!

É difícil falar sobre a pobreza quando ela grassa entre nós e ameaça explodir, de revolta!, no mundo à nossa volta, destruindo o que faz os lugares comuns da vida urbana que nos habituámos a ver como sinais de civilização... é provavelmente por isso e pelo grande medo que isso provoca, que todos correm às televisões, aos jornais, à conversa de café para condenar, sem reservas nem compaixão, os filhos dos nossos concidadãos que, votados à exclusão social, vivem em bairros degradados, sem emprego, sem expectativas de mudança e, consequentemente, sem esperança. É difícil aceitar que a sociedade em que vivemos, a sociedade europeia, guarda no seu seio, dissimuladas mas latentes e prontas para se revelarem, as sementes do racismo e do ódio. É difícil pensar que podem ser colegas de escola dos nossos adolescentes e dos nossos desempregados, aqueles que agora sairam à rua, na velha Inglaterra de "bom-tom", para reagir, sem ideologia organizada partidariamente, ao fosso entre ricos e pobres que se agrava progressiva e paralelamente à medida que até o simbolismo da igualdade de oportunidades é defraudado e regride, terminando com os chamados "direitos adquiridos" - que as gerações anteriores pensaram conquistas definitivas de uma democracia em que acreditaram e que, além de justificar consumismos de todas as cores, incentivou mais ou menos conscientemente as migrações, em nome de uma prosperidade com "pés de barro", insustentável porque assente na exploração dos mais pobres em nome do fascínio de um mercado ganancioso que se queria sempre maior.... porém, é disso que se trata quando pensamos a violência urbana nas economias industrializadas que temos: de pobreza, de desemprego, de racismo, de deficiente escolarização e de uma estrutural falta de expectativas que atravessou já 2 ou 3 gerações e se encontra agora num ponto de "não-retorno"... de "não-retorno" sim, porque, independentemente da acção policial ditada pelos governos em momentos de grande tensão social, a violência continua dentro das casas, das personalidades, dos comportamentos e dos modos de pensar... reguardada é certo, porque ninguém corre para ser magoado, ferido ou morto mas, viva e pronta a revelar-se ao menor pretexto... pronta a revelar-se até no médio ou no longo prazo sob a forma de ideologias consistentes de reacção à gestão política e económica dos nossos dias! A História escreve-se nas ruas e não se apaga!... os cidadãos emitem os sinais da mudança que é preciso empreender com coragem, já!, independentemente das bolsas e do mundo da alta finança onde se decidem as economias e as dívidas soberanas e onde, em última análise, se joga o futuro de guerra e paz da Humanidade. Só não vê quem não quer ver, cobardemente escudado no medo e na convicção fácil de que a força policial resolverá os problemas de milhares e milhões de pessoas condenadas à exclusão ... como se "uma mentira contada muitas vezes se tornasse verdade" só porque a contamos uns aos outros, em voz alta, na televisão e na rua, como se nos tentassemos convencer do conteúdo que propagamos. A verdade sobre a violência nas ruas de Londres e de Manchester é que os europeus precisam urgentemente de se confrontar consigo próprios e reconhecer as suas próprias limitações!... só depois estarão em condições de começar a pensar sobre os "outros", estes que agora nos querem fazer parecer o "inimigo" e que mais não são do que a sua própria imagem no espelho da  sociedade europeia que somos.

Londres - da Boçalidade à Irresponsabilidade dos Comentadores

Tentei ignorar o facto mas, de facto!, não o posso fazer! Numa das edições noticiosas da Sic Notícias, esta 3ªfeira à noite, Martim Cabral e José Anes comentaram os acontecimentos dos últimos dias em Londres... confesso que me surpreenderam!... particularmente, Martim Cabral que deu a mais evidente nota de completa boçalidade e ignorância na forma como comentou e interpreta o fenómeno social de que Londres é, desde há 3 dias, palco de manifestação. Referindo-se aos protagonistas das violentas acções que deixaram a velha Inglaterra envergonhada perante uma Europa que tenta manter as aparências de uma já inexistente paz social, como "vândalos" e "ladrões", o pseudo-jornalista-comentador reduziu os acontecimentos a crimes de delito comum, atribuiu aos jovens a idade de 11 anos (!!!) e nem sequer percebeu que a forma de se exprimirem sobre o que os motiva, decorre da baixa escolarização e da falta de comunicação com o mundo político dos adultos... o pior é que esta inaceitável arrogância que não ultrapassa em momento algum o domínio da mais pura ignorância, tem tempo de antena num horário nobre (22 horas)!... e isso, deixem que o diga!, é de uma profundissima irresponsabilidade pública!... por isso e apesar de não ter pensado referir-me ao assunto neste momento, vale a pena ter a mais séria das considerações pelo alerta de hoje do Presidente do Sindicato de Jornalistas (ler Aqui), já que a comunicação social, a imprensa e a televisão não são simplesmente instrumentos financeiros!!!!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Um Grande Texto e A Voz... para Aprender a Pensar e, enfim!, Ser!


... esta é A Voz... o Grande Texto é de Raul Iturra e pode ser lido AQUI.

Londres - das causas sociais da violência...


A violência nas ruas de Londres iniciou-se no bairro de Tottenham, passou a Peckam, atingiu Birmingham e Croydon e já se propagou a outras cidades inglesas como é o caso de Bristol e Liverpool. Relembre-se que os confrontos entre manifestantes e polícia decorreram do protesto contra a morte de um jovem e que o bairro londrino de Tottenham é um bairro multicultural onde vivem africanos e europeus das mais diversas proveniências, entre as quais, cipriotas, romenas e portuguesas... apesar do medo dos comerciantes e do espanto dos cidadãos e das autoridades, a verdade é que a pretensa violência gratuita tem causas e efeitos recorrentes que um dos manifestantes explicou desta forma: "Descontraiam... nós estamos sem empregos!" querendo com isto dizer que o que se passa nas ruas manifesta a opinião revoltada de quem não encontra na sociedade disponibilidade para a sobrevivência nos termos em que é considerada digna e desejável... e, independentemente do que pensamos sobre a violência como forma de expressão, a verdade é que relativizar ou negligenciar as causas sociais do problema é ignorar a realidade e contribuir para que aumente exponencialmente a tensão social que, cada vez com mais intensidade e gravidade, vai continuar a eclodir.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Da causa, dos efeitos e do risco da crise...

"(...) as agências de notação não são o termómetro da crise, são um dos vírus que faz subir a febre."
(Christian Chavagneux, La dette américaine in Alternatives Economiques)

"(...) a União Europeia não ganhará corpo a não ser que assente numa maior solidariedade entre os países membros. No fundo, é por duvidarem desta solidariedade concreta que os mercados financeiros apostam na desconfiança. E que arriscam rebentar com a União inteira."
(Denis Clerc, Il faut que l'Allemagne paie et la France aussi in Alternatives Economiques)

(a tradução das citações é da minha autoria)

Conflitos e Consciência... de Londres, Hoje... a Zeca, Sempre!


Estranho?!... estranhemos ou não, a realidade são as sucessivas manifestações cívicas que desde o início do ano, com a "revolução do jasmin" na Tunísia a que seguiram as manifestações do Egipto, na Praça Tahir, no Cairo, têm marcado este início da 2ª década do século XXI a que se seguiu o "15 M", o movimento dos "Indignados" manifesto em Espanha mas que encontrou em Stéphane Hessel um pensador da sustentabilidade do problema universal que nos afecta e ao qual, de várias formas, vamos reagindo, da Síria a Israel e à Londres de hoje, passando pela loucura da psicopatia protagonizada pela extrema-direita na Noruega... uma realidade que, particularmente significativa pelo facto de decorrer em simultâneo, com a constante e vertiginosa queda das "bolsas" dos mercados internacionais (sim, já tocou o Dubai e o conjunto das economias asiáticas e árabes!), continua a ser ignorada e minimizada pelos Estados e os governos... até quando? e com que objectivo? - eis as perguntas que, justamente!, se nos colocam - quando sabemos, de antemão!, que os serviços de prevenção dos conflitos e das guerras podem prever, a partir do número inequívoco de sinais que a sociedade emana, a perigosa aproximação ao descontrole socio-económico e político...

(... ou será que nos chega a consciência do que Claude Henri escreve no Os Furúnculos de Pandora?)

domingo, 7 de agosto de 2011

Vertigem... do Cante...


Rondel do Alentejo
Em minarete
mate
bate
leve
verde neve
minuete
de luar.

Meia-noite
do Segredo
no penedo
duma noite
de luar.

Olhos caros
de Morgada
enfeitada
com preparos
de luar.

Rompem fogo
pandeiretas
morenitas,
bailam tetas
e bonitas,
bailam chitas
e jaquetas,
são as fitas
desafogo
de luar.

Voa o xaile
andorinha
pelo baile,
e a vida
doentinha
e a ermida
ao luar.

Laçarote
escarlate
de cocote
alegria
de Maria
la-ri-rate
em filia
de luar.

Giram pés
giram passos
girassóis
e os bonés,
e os braços
destes dois
giram laços
ao luar.

O colete
desta Virgem
endoidece
como o S
do foguete
em vertigem
de luar.

Em minarete
mate
bate
leve
verde neve
minuete
de luar.
(Almada Negreiros)

sábado, 6 de agosto de 2011

Do Nuclear aos Objectivos do Milénio...


... cumprem-se 66 anos sobre o lançamento da 1ª bomba atómica, responsável pela devastação de Hiroshima (ler Aqui), a cidade que ficou como paradigma da destruição nuclear e que, pouco depois, viu repetido o exemplo na cidade de Nagasaki. Este ano, em 2011, exactamente 66 anos depois, o desastre nuclear japonês, nas centrais nucleares de que Fukushima constituiu o mais grave dos casos conhecido, torna particularmente relevante a evocação dessa Hiroshima a que, em 1974, o grupo brasileiro "Secos e Molhados" dedicou o tema que aqui hoje se relembra... e porque o tenebroso acidente de Chernobyl não chegou para que os Estados e os governos percebessem o perigo que disseminam entre populações indefesas em nome do lucro, procurando reduzir as suas causas a uma conveniente efemeridade, casual e rara, a energia nuclear continuou a ser utilizada e explorada de forma pretensamente controlada... não chegaram os avisos e os alertas da sociedade civil e a mobilização das organizações não governamentais que. apesar de tudo, conseguiram dinamizar o movimento ZLAN (Zona Livre de Armas Nucleares) a que muitos municípios do sul, em Portugal, aderiram mas cuja importância deixou de ser proclamada e enaltecida ao ponto de, nossos dias, a maior parte dos jovens desconhecer a sua existência e significado. À entrada da segunda década do século XXI, o desastre nuclear do Japão assustou o mundo ooidental e a própria Alemanha anunciou a sua intenção de abandonar esta forma de produção energética... resta ver até quando e quais os países que terão coragem de seguir tal intenção... porque a realidade é que o próprio Japão, já depois deste tétrico acidente, declarou ir continuar a recorrer à energia nuclear!!! ... quantas vítimas e quantas calamidades serão necessárias para que economia e política decidam, de forma efectiva e eficaz, impedir o massacre que estas ameaças activas significam para todos nós - é um dos problemas que mais urgente solução reclamam para que à dimensão da crise dos mercados e do vertiginoso caminho para a hecatombe social, se não somem mais tragédias que apenas irão acelerar a espiral da violência, da miséria, da exploração humana e da pobreza que, até há pouco, pensávamos estar a combater e de que a definição internacional dos Objectivos do Milénio é exemplo...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Leituras Cruzadas...

Sendo verdade que os mercados entraram num ritmo imprevisto até há pouco pelos que sempre defenderam a sua auto-regulação e, consequentemente, o seu presumido controle (vale a pena ler os textos de José M.Castro Caldas e João Rodrigues no Ladrões de Bicicletas, de MFerrer no Homem ao Mar e de Weber no Mainstreet), a actualidade apresenta-nos desafios que ultrapassam a dimensão económico-financeira e nos colocam ao nível da problematização socio-cultural, em termos éticos, jurídicos e de saúde pública (leiam-se os textos de Zé Neves no Vias de Facto, de Artur Costa e de Eduardo Maia Costa no Sine Die)... contudo, a realidade nacional não deixa de nos surpreender e merecer a nossa reflexão (a ler Luís Moreira e António Leal Salvado no Pegada, Paulo Pedroso no Banco Corrido, Osvaldo Castro no A Carta a Garcia, Vega 9000 no Aspirina B, Vital Moreira no Causa Nossa e Miguel Abrantes no Câmara Corporativa). Felizmente, neste estranho mês de Agosto, outras leituras há que merecem a nossa melhor atenção... por exemplo, Frederico Mendes Paula no Aventar, Pedro Correia no Delito de Opinião, Helena Matos no Blasfémias e Joana Lopes no Entre as Brumas da Memória...   

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O Holocausto Cigano - Memórias para a História do Património da Humanidade Não Esquecer!


Pelo Campo da Morte de Auschwitz, passaram mais de 20.000 ciganos (ler AQUI)!... e um dos maiores massacres contra uma etnia, perseguida ao longo da História dos povos colonizadores, ocorreu nos campos de Auschwitz-Birkenau nos primeiros dias de Agosto desse terrível Verão de 1944 em que foram assassinados, nas câmaras de gás, milhares e milhares de cidadãos ciganos (ler Aqui). Por isso, é importante lembrar que o Holocausto foi mais do que a tentativa de extermínio do povo judeu, tendo incluido no seu plano de "limpeza étnica" o povo cigano!... daí o significado do vídeo que hoje aqui partilho, no qual podemos assistir a uma homenagem organizada no Brasil em memória das vítimas do terror e do genocídio do Holocausto e que, promovida pela comunidade judaica brasileira, teve a honra, a justeza de espírito, a humildade e a humanidade de convidar o povo cigano a participar, de corpo inteiro e pleno direito, nessa Homenagem. Um exemplo a seguir por todo o mundo (ler Aqui)... Para Que a Humanidade Não Esqueça!

Clandestinos!?...

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Sons com Sentido...


... porque é urgente a poesia e a sinceridade perante a vida!